Certificação e Auditoria de Projetos de Carbono: O Caminho para a Transparência e Confiança

Drielle Salles de Oliveira

Especialista De Marketing Produtos E Verticais

O mercado de carbono enfrenta uma pressão significativa para assegurar a qualidade e transparência dos projetos de conservação destinados a evitar as emissões de CO₂. Denúncias de fraudes e irregularidades, como invasão de terras e exploração de comunidades locais que protegem a vegetação nativa em troca de créditos, ganharam grande repercussão no último ano.

Os projetos que mais têm sua integridade contestada são os de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal), um dos tipos mais comuns no Brasil. Segundo o IPAM, o REDD+ é um mecanismo que remunera aqueles que mantêm suas florestas em pé, sem desmatar, e que realizam atividades de conservação, manejo sustentável das florestas e aumento dos estoques em países em desenvolvimento, evitando, assim, emissões de gases de efeito estufa associadas ao desmatamento e à degradação florestal.

A falta de confiança das empresas nos projetos de REDD+ levou a uma redução nas transações, fazendo com que muitas empresas optassem por interromper negociações, receosas de prejudicar sua reputação ao terem sua marca associada a projetos problemáticos.

O chamado “greenwashing” refere-se a empresas que mascaram os impactos ambientais de suas atividades, divulgando projetos e ações ambientais que não existem na prática. Este fenômeno tem gerado repercussão na mídia e impactado severamente as reputações de empresas e entidades públicas.

Tanto o greenwashing quanto as dúvidas sobre a integridade dos projetos de conservação ambiental estão associados à falta de transparência nos dados, às informações incompletas e à capacidade limitada de monitoramento das áreas.

ArcGIS e o Caminho para a Transparência

Aumentar a transparência implica necessariamente em melhorar a confiabilidade e acessibilidade dos dados, além de dar visibilidade às ações que estão sendo realizadas, tanto para equipes internas quanto externas. Neste aspecto, o ArcGIS, com sua capacidade nativa de visualização e controle de dados, é uma ferramenta indispensável para a comunicação interna e externa de empresas envolvidas em projetos de REDD+.

A geografia e as informações obtidas nas áreas de projeto e licenciamento ambiental para análises históricas e preditivas são fundamentais. Entretanto, esses dados muitas vezes ficam restritos a equipes de geoprocessamento, que precisam elaborar relatórios técnicos extensos, difíceis de serem compreendidos por outros grupos.

Como, então, facilitar o entendimento por diferentes áreas e pessoas?

Como apresentar as linhas de base e todos os estudos realizados para comprovar a efetividade e o potencial de redução de emissões de carbono?

Os mapas respondem a essas perguntas, e o ArcGIS permite traduzir todos os dados de um projeto para o ambiente visual de um mapa, facilitando a compreensão para todos os envolvidos, além de agilizar a geração dos relatórios necessários para a certificação.

Além disso, a capacidade de conectar diversas plataformas e centralizar informações, realizar monitoramento automatizado por IA e acompanhar indicadores de saúde dos projetos são grandes diferenciais do sistema, especialmente para projetos de REDD+.

Apresentar as informações de um projeto em um painel gerencial, com um mapa completo e detalhado, proporciona maior confiabilidade e transparência ao processo, assegurando a credibilidade de ponta a ponta.

Painel criado no ArcGIS com mapa e dados como área de acréscimo de vegetação por km2

Indicadores socioambientais e comunicação

Um projeto de licenciamento ambiental e redução de emissões de carbono envolve não apenas ações e indicadores ambientais, mas também questões socioambientais das comunidades vizinhas às áreas de projeto.

É possível obter informações valiosas sobre a população ao redor dos projetos, como seu grau de vulnerabilidade, exposição a riscos (como deslizamento de terra) e outras questões que o sistema ArcGIS pode responder por meio de dados geográficos.

Painel criado no ArcGIS para Santa Maria de Itabira MG com susceptibilidade, prédios, construções, negócios mapeados

Podemos também explorar informações econômicas e de infraestrutura da região para entender o impacto que a melhoria nos indicadores de conservação e a movimentação financeira dos projetos causam na vida dessas comunidades.

A comunicação com as comunidades também pode ser facilitada com ferramentas como o StoryMap, que conta uma história por meio de mapas interativos, ou o Hub, que ajuda as empresas a compartilharem dados e informações públicas de forma acessível, como o Hub do ICV (Instituto Centro de Vida) que atende.

Portal de Inteligência Territorial do ICV com temas como florestas de pé, da floresta à mesa, povos do mato grosso, dentre outros

Em suma, o ArcGIS é uma ferramenta indispensável para quem busca transparência e confiança em seus projetos, atrair investidores e compradores, e evitar os problemas associados ao greenwashing e à quebra de integridade.

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