Com presença confirmada na Blue Zone — área exclusiva para autoridades e delegações —, a empresa amplia parcerias e apresenta soluções de modelagem digital que aceleram a implementação de políticas ambientais e geram resultados sustentáveis e mensuráveis.
A COP30, que será realizada em Belém do Pará entre 10 e 21 de novembro de 2025, marca um momento histórico para o Brasil e para o debate climático global.
Pela primeira vez, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas acontecerá na Amazônia, região que sempre esteve no centro das discussões, mas nunca sediou o evento.
A Imagem Geosistemas estará presente na Blue Zone, área exclusiva para autoridades e delegações credenciadas, levando expertise em geotecnologia para demonstrar como a tecnologia pode ser fundamental na construção de soluções climáticas concretas.
O contexto da COP30
Marlos Batista, Diretor de Sustentabilidade da Imagem Geosistemas, explica que a história das COPs remonta a 1995, quando a primeira conferência foi realizada em Berlim, reunindo delegações de 117 países.
Desde então, cada COP estabelece marcos importantes para a agenda climática.
A mais emblemática foi a COP21, realizada em Paris em 2015, que resultou no Acordo de Paris.
Este acordo estabeleceu no Artigo 2 a meta de manter o aquecimento global bem abaixo de 2°C em relação aos níveis pré-industriais, preferencialmente limitando-o a 1,5°C.
“Os impactos de não atingirmos essas metas são severos”, alerta Batista, destacando estudos do IPCC que indicam que com 2°C de aquecimento, 18% dos insetos, 16% das plantas e 8% dos vertebrados perderiam mais de 50% de seu habitat.
Segundo relatórios científicos, entre 20-30% das espécies podem estar em risco de extinção se as temperaturas subirem entre 1,5-2,5°C acima dos níveis pré-industriais.
A conferência se divide em dois grandes espaços complementares.
A Blue Zone (Zona Azul), gerenciada pela UNFCCC, é onde ocorrem as negociações oficiais, a Cúpula de Líderes e os pavilhões nacionais, com acesso restrito a delegações oficiais, chefes de Estado, observadores credenciados e imprensa.
Já a Green Zone (Zona Verde), de livre acesso ao público, é o espaço onde a sociedade civil, instituições públicas e privadas apresentam soluções climáticas concretas, promovendo engajamento democrático e transparência.
A COP30 será conhecida como a “COP do financiamento climático”, focando em como viabilizar recursos para países vulneráveis implementarem políticas de prevenção e adaptação, com metas de mobilizar US$ 1,3 trilhão por ano até 2035.
Geotecnologia como pilar da resiliência
Para Vitor Zanetti, PhD e Especialista em ESG e Desastres Naturais da Imagem Geosistemas, a localização da COP30 na Amazônia representa um chamado à ação.
Nos últimos anos, desastres causados por eventos climáticos geraram prejuízos monumentais: US$ 368 bilhões em perdas econômicas apenas em 2024, com eventos como os furacões Milton e Helene, e projeções de US$ 145 bilhões em perdas seguradas para 2025.
“O discurso precisa mudar: parar de gastar dinheiro apenas em ação e começar a investir em prevenção. Resiliência será a missão desta COP”, enfatiza Zanetti.
A agenda esperada inclui segurança populacional, sistemas de alerta precoce e análise de vulnerabilidade – áreas onde a Imagem Geosistemas já demonstrou competência ao desenvolver painéis emergenciais para queimadas em São Paulo e enchentes no Rio Grande do Sul.
O papel da Imagem Geosistemas
“Nosso papel é demonstrar soluções práticas que geram resultados locais com impacto global”, resume Marlos Batista sobre a participação da empresa na Blue Zone.
A presença na área exclusiva para autoridades não é apenas representativa, mas estratégica.
A geotecnologia oferece a capacidade única de interpretar dados complexos e traduzir informações de múltiplas fontes em soluções aplicáveis.
“Só existem duas linguagens universais: a matemática e a geografia. Tudo acontece em algum lugar no mundo. Por ser universal, ela interpreta todas as coisas”, explica Zanetti.
GIS: a ferramenta indispensável
Luiz Vargas, Diretor de Estratégia e Negócios do Setor Público da Imagem Geosistemas, é enfático sobre a centralidade do GIS nas discussões climáticas:
“Eu acho muito difícil imaginar isso sem aplicação do GIS, porque o que a gente está falando é de algo que é territorial. Estamos falando de controle, prevenção, planejamento e ação que estão diretamente relacionados ao espaço onde vai ocorrer, em que momento vai ocorrer e como vai impactar as diferentes camadas da sociedade.”
Vargas destaca um aspecto crítico frequentemente negligenciado: a desigualdade ambiental.
“Uma das discussões que vejo muito hoje é quanto as questões ambientais também são excludentes. Você tem impactos ambientais que são mais severos em determinadas camadas da população vulneráveis e menos severos em outros. Para entender tudo isso, conectar e fazer com que sirva como material para uma discussão inteligente e eficaz de política pública, tem que ter a visão geográfica.”
Marlos Batista complementa com uma analogia provocativa:
“É possível construir uma casa, um prédio sem concreto, sem ferro armado ou sem madeira? Você pode montar um painel eletrônico sem uma ferramenta de solda? Pode, mas é a mesma coisa de resolver hoje modelagem climática sem um componente espacial. Vou ter que ter uma habilidade criativa ou ir para o ambiente analógico, voltando 20 anos no tempo para resolver um problema atual com uma ferramenta do passado ou inadequada.”
Modelagem digital: a relação inseparável entre território e clima
A equipe argumenta que praticamente todos os temas centrais da agenda climática possuem dimensão territorial.
“Controlar desmatamento, gerir recursos hídricos, controlar ambientes urbanos, fazer agricultura – o que disso não é territorial? Falar sobre modelagens do clima, mudanças climáticas, inventários de emissões, gestão de desastres, mudança de uso do solo”, enumera Marlos.
A lista se estende: biodiversidade, bioeconomia, originação, segurança hídrica, controle de queimadas, transição energética.
“São muitos temas e todos eles têm interface com a Geografia, e a ferramenta tecnológica que implementa a Geografia, a ciência, o dado, a matemática, a modelagem é o GIS.”
Vargas reforça:
“Ter uma plataforma que consiga trazer essas informações e dados já espacializados, estruturados e que se transformem em insights é fundamental. Essa plataforma vai ter que ter um core GIS. Você pode até usar outras tecnologias, mas sempre vai ter o componente geoespacial.”
“As soluções espaciais não são condições sine qua non, mas são hoje o instrumento, o ferramental mais próximo para poder resolver parte dos problemas”, pondera Marlos. “Todas as coisas são possíveis, mas com as ferramentas adequadas elas são funcionais, práticas e assertivas. Aqui é acertar a ferramenta.”
Um sonho que se torna realidade
Para Vitor Zanetti, a participação na COP30 transcende o aspecto profissional – é a realização de um sonho pessoal que simboliza a convergência entre carreira, propósito da empresa e responsabilidade nacional.
“Um sonho pessoal meu é falar numa COP30”, confessa o especialista, cuja trajetória inclui doutorado em Ciências pelo ITA, com tese sobre vulnerabilidade costeira às mudanças climáticas.
A complexidade dos desafios climáticos exige ferramentas à altura.
“Existe uma linha na ciência que diz: não há como planejar de médio e longo prazo sem complexidade de modelos”, explica Zanetti. Vários fatores explicam essa necessidade: aumento populacional, padrões de consumo e mudanças climáticas – tudo gerando mais dados e complexidade de interpretação.
“Não dá para proteger o mundo sem tecnologia, e sem tecnologia que leve a geografia como foco”, afirma com convicção. “Ou a gente embarca na geotecnologia e entende que ela é central, como ferramenta de gestão e garantia de sobrevivência, ou não teremos futuro. Ela vai ser um dos pilares, precisamos usar para planejar e agir de fato.”
A geotecnologia permite não apenas ver o presente, mas projetar cenários futuros.
“A geotecnologia nos permite ver hoje e além do hoje. O mundo está pedindo isso”, ressalta Zanetti, que já demonstrou essa capacidade ao desenvolver sistemas de monitoramento de queimadas que auxiliaram o Corpo de Bombeiros de São Paulo, detectando 14 mil focos de calor em apenas um final de semana.
“O mundo aguarda uma resposta à altura”, reconhece Zanetti sobre as expectativas para Belém.
“Prevemos manifestações, protestos e um olhar atento da comunidade internacional sobre como o Brasil conduzirá essa conferência histórica. Para mim, para a Imagem Geosistemas e para o Brasil, estar na COP30 é uma oportunidade única de mostrar que já temos a tecnologia necessária – e que ela funciona”.
A mensagem que a delegação leva para a COP30 é clara: a tecnologia geoespacial não é mais opcional, mas fundamental para garantir que as ambições climáticas saiam do papel e se transformem em ações concretas, mensuráveis e efetivas.
É nesse ponto que o Brasil mostra ao mundo que já possui a tecnologia necessária para enfrentar a crise climática.
Essa transformação passa, necessariamente, pela Geografia — e pelas geotecnologias, como o ArcGIS, que a tornam possível.
Referências
Fontes Oficiais
UNFCCC – United Nations Framework Convention on Climate Change. “Paris Agreement“.
COP30 Brasil. “Blue Zone” e “Green Zone”.
United Nations. “The Paris Agreement” e “COP30 to take place 10-21 November 2025 in Belém, Brazil“.
Estudos Científicos e Relatórios
IPCC – Intergovernmental Panel on Climate Change. “AR6 WGII Fact Sheet – Biodiversity“.
IPCC. “Global Warming of 1.5 ºC – Special Report“.
Aon. “2025 Climate and Catastrophe Insight Report” (2024).
World Economic Forum. “Costs for climate disasters to reach $145 billion in 2025” (2025).
				