Panorama Geral
Em 2014, o McKinsey Global Institute revelou dados surpreendentes sobre a produtividade laboral no setor global da construção civil. Segundo o instituto, esse setor cresceu apenas 1% ao ano nas últimas duas décadas. Em comparação, a economia em geral cresceu 2,8% ao ano e o setor de manufatura 3,6%.
Ou seja, um número absurdamente preocupante para uma indústria tão essencial em nossas vidas.
Atualmente, depois de 10 anos deste estudo, a produtividade na construção civil ainda continua baixa em relação aos desafios latentes. Governos ao redor do mundo planejam investir trilhões em projetos de infraestrutura na próxima década.
Crises climáticas e a necessidade de adaptação aos novos normais estão se tornando cada vez mais frequentes. Um panorama positivo, afinal a indústria da construção pode faturar muito, porém com a necessidade urgente de aumentar a produtividade para atender as demandas crescentes.
De acordo com a McKinsey, se a eficiência de produção no setor da construção se igualar à taxa global de produtividade, o valor do setor poderia aumentar em US$ 1,6 trilhão por ano. Esse aumento é crucial para atender às demandas globais de infraestrutura, que podem alcançar US$ 57 trilhões até 2030.
Para alcançar esses ganhos, líderes empresariais de diversos segmentos estão investindo em avanços tecnológicos como, soluções geoespaciais, câmeras, sensores, imagens de satélites, drones e modelagem de construção.
Todas são soluções digitais de ponta, que podem e devem ser utilizadas pelas empresas de construção e infraestrutura para acelerar a eficiência e a produtividade dentro ou fora do canteiro de obras.
Fazendo os projetos ganharem vida, não só no canteiro, mas também digitalmente!
As tecnologias mencionadas a seguir têm se mostrado potentes transformadores do processo de design e gestão de construções, bem como as fases subsequentes do ciclo de vida dos projetos e ativos.
Individualmente, elas são adotadas na indústria para necessidades pontuais, no entanto, as empresas mais inovadoras do mercado já estão buscando integrá-las para maximizar seus benefícios.
BIM:“Líderes mais inovadores já adotam a tecnologia BIM”
A modelagem da informação da construção ajuda arquitetos, engenheiros, projetistas a desenhar e planejar projetos em várias dimensões. Desde o design da maçaneta, compatibilização de disciplinas, até o valor do metro quadrado. Os responsáveis podem ver na tela como uma estrutura será antes da construção e o modelo pode ser atualizado conforme o design evolui.
De acordo com o Índice Future-Ready da KPMG, tecnologias como BIM, análise de dados, sistemas de gerenciamento de projetos e drones estão entre as mais adotadas pelas empresas líderes em inovação no setor de construção. No Reino Unido, por exemplo, 86% dos clientes utilizam BIM em mais de um quarto de seus projetos.
GIS
Os sistemas de informação geográfica complementam o BIM em diferentes escalas. Eles mapeiam e exibem visualmente as características físicas, sociais e ambientais da obra e do canteiro, mostrando as inter-relações entre um projeto e seu entorno imediato.
O GIS revela como o projeto interagirá com o mundo ao seu redor, proporcionando visibilidade necessária para aumentar a produtividade e minimizar os custos de impedimentos inesperados no site, bem como alterações tardias no design.
Além disso, o GIS é um excelente integrador de dados, pois todos os ativos são implantados ou se deslocam em algum lugar.
A Esri, com o ArcGIS, se posiciona como líder nesse sentido, desenvolvendo soluções que se integram nativamente com a suíte de produtos da Autodesk, além de ferramentas de gestão de projetos, como Primavera P6 e Project. Também oferece sua própria suíte de aplicativos web e mobile para a gestão de equipes, equipamentos e ativos.
Drones
Empresas pioneiras estão integrando drones em seus fluxos de trabalho para obter ganhos adicionais de produtividade.
Equipados com câmeras que capturam imagens 2D nítidas e abrangentes de qualquer ângulo, além de gerar nuvens de pontos para dimensionamento centimétrico, os produtos oriundos dos drones podem ser integrados com GIS e BIM.
Isso permite que os planejadores visualizem modelos 3D altamente realistas de terrenos e canteiros, oferecendo uma visão clara e detalhada do progresso da construção.
Câmeras 360° e Lasers
Construtoras e gerenciadoras inovadoras também estão adotando câmeras 360° e tecnologias de laser para monitorar obras de maneira mais eficiente. As câmeras 360° capturam imagens panorâmicas detalhadas, oferecendo uma visão completa do canteiro de obras de forma recorrente, permitindo de paras antes e depois.
Simultaneamente, os lasers scanners fornecem medições precisas e detalhadas, criando nuvens de pontos para um dimensionamento milimétrico.
Esses dados podem ser integrados com GIS e BIM, permitindo que visualizemos modelos 3D realistas comprando progresso da construção. Essa integração facilita a detecção precoce de problemas, otimiza a gestão do projeto.
Integração e Interoperabilidade
Em um passado não muito distante, essas tecnologias eram compartimentadas, e a conexão de todas as informações não era facilmente realizável. No entanto, desde a oficialização da parceria entre Esri e Autodesk em 2017, o cenário de integrações está galgando um novo patamar, proporcionando aos engenheiros, arquitetos e líderes empresariais uma visão contínua de projetos em construção, e principalmente ambientes únicos para colaboração e comunicação com as partes interessadas.
Com a adição de dados e imagens capturados por drones, câmeras 360° e scanners, os gestores podem se aproximar da experiência de estar no local, mas com a capacidade de retroceder e avançar no progresso da construção ou observar um projeto de qualquer ângulo.
O vídeo abaixo demonstra como a GIS, BIM e as imagens de drones permitem aos líderes desta construção, uma visualização da obra com diferentes níveis de detalhe e escala, interatividade que até então era inimaginável na era 2D.
Clique aqui para acessar ao vídeo da Esri sobre GIS e BIM.
Um ciclo de inovação na construção
Monitorar obras, sites e canteiros com GIS, BIM e outras tecnologias cria um ciclo contínuo de inovação e produtividade. Isso permite ajustar a visão do projeto com base nos desenvolvimentos mais recentes e incorporar atualizações canteiro de obras com mais segurança.
Este padrão se repete durante as fases de manutenção e operação de ativos, especialmente em projetos industriais e de infraestrutura, um exemplo clássico é a duplicação de rodovias, onde fechar a operação é impraticável, impactando diretamente a complexidade da obra e também da operação de um ativo já existente.
No Brasil, a integração dessas tecnologias tem sido crucial em projetos urgentes, especialmente em resposta às crises climáticas. Por exemplo, estradas no Rio Grande do Sul severamente afetadas por desastres naturais exigem reconstrução rápida e eficiente. A combinação de GIS, BIM, Drones permite uma resposta ágil a esses desafios, minimizando atrasos, problemas operacionais e custos adicionais.
A integração de todas essas tecnologias é firmada no âmbito nacional entre a Imagem Geosistemas, representante e distribuidora da Esri no Brasil e pela PARS, distribuidora Autodesk no Brasil, exemplificando o compromisso de ambas com a inovação contínua e o progresso da construção brasileira.
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Autora:
Ana Julia Caetano Souza
Especialista GIS para Arquitetura, Engenharia e Construção na Imagem Geosistemas
Arquiteta e Urbanista, com especialização executiva em Urbanismo Social pelo INSPER e construção de cidades inteligentes pela Universidade alemã Bauhaus. Atua como especialista de geotecnologias para empresas de engenharia, construção civil e transportes.