Impactos das mudanças climáticas nas redes de Telecom – Alguns caminhos e soluções

Marcio José Nogueira

New Account Executive - Imagem Geosistemas

A intensificação dos eventos climáticos extremos nos últimos anos tem impactado diversos setores da sociedade e da economia, com destaque para as telecomunicações.

As enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024, são um exemplo trágico e ilustram a vulnerabilidade da infraestrutura de redes e a necessidade urgente de medidas de adaptação.

Impactos das Enchentes e Dados Relevantes

A intensificação dos eventos climáticos extremos tem afetado diretamente o setor de Telecom.

Segundo dados da Teletime, as enchentes:

  • Impactaram 1,2 milhão de pessoas.
  • Afetaram 6,2 mil km de rede.
  • Comprometeram 344 pontos de presença (POPs).

Esses números revelam um prejuízo estimado de R$ 800 milhões, com projeção de gastos de R$ 1,2 bilhão na reconstrução das redes.

Vulnerabilidades na Infraestrutura de Telecom

O setor de Telecom é particularmente vulnerável devido à extensão e exposição de sua infraestrutura.

Inundações, deslizamentos, tempestades e incêndios podem danificar cabos, torres, centrais e outros equipamentos essenciais.

Linha de transmissão de energia elétrica exposta a eventos climáticos extremos como tempestades, incêndios florestais e enchentes.

Essa fragilidade interrompe serviços críticos para o resgate e salvamento de pessoas, gerando prejuízos bilionários e evidenciando a necessidade de uma gestão mais eficiente e tecnológica.

Soluções Tecnológicas com Dados Geolocalizados

Novas tecnologias oferecem caminhos promissores para mitigar esses impactos.

Entre as soluções, destacam-se:

  • Mapas de Risco de Enchentes: Utilizando dados de uso do solo e informações climáticas, é possível criar mapas que identificam áreas de maior vulnerabilidade, auxiliando no planejamento e na manutenção das redes.Cena 3D de Frankfurt destacando áreas de inundação de 100 anos, com edifícios em tons avermelhados onde há risco de alagamento e água cobrindo parte da cidade. No lado direito, há um painel de camadas e legendas que indicam níveis de enchente e outras informações do mapa.

Cena 3D de Frankfurt destacando áreas de inundação de 100 anos, com edifícios em tons avermelhados onde há risco de alagamento e água cobrindo parte da cidade.

  • Monitoramento em Tempo Real: A integração de dados de sensores de nível de água, estações meteorológicas, radares e satélites permite o acompanhamento dinâmico das condições hidrológicas e meteorológicas. Esse monitoramento gera alertas e notificações que são cruciais para que operadoras, ISPs, órgãos governamentais e a população possam agir preventivamente.

Estratégias para a Construção de Infraestruturas Seguras

Para minimizar riscos e prejuízos, é essencial:

Identificar locais seguros e estratégicos:
Realizar análises para determinar os melhores pontos para a construção de novas torres e centrais, evitando áreas de risco.

Otimizar o traçado de cabos e fibras ópticas:
Utilizar inteligência geográfica para planejar rotas que evitem zonas propensas a enchentes, deslizamentos e outros desastres naturais.

Uma abordagem tecnológica, mesmo com investimentos relativamente baixos, que utiliza o contexto espacial como ferramenta principal, pode reduzir riscos, diminuir custos e assegurar a continuidade dos serviços essenciais.

Perguntas e Respostas

Como as enchentes no RS afetaram as redes de Telecom?
As enchentes impactaram 1,2 milhão de pessoas, afetaram 6,2 mil km de rede e comprometeram 344 POPs, gerando um prejuízo de R$ 800 milhões e custos projetados de R$ 1,2 bilhão na reconstrução.

Quais tecnologias podem ajudar a mitigar esses impactos?
Mapas de risco baseados em dados de uso do solo e monitoramento em tempo real através de sensores, estações meteorológicas, radares e satélites são essenciais para identificar áreas vulneráveis e orientar decisões estratégicas.

Por que é importante identificar locais seguros para novas infraestruturas?
Definir pontos estratégicos para a instalação de torres e centrais reduz a exposição a eventos climáticos extremos, garantindo a continuidade dos serviços e a segurança dos investimentos.

Fonte: Teletime.

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