A Imagem tem a INOVAÇÃO no seu DNA. Nossa empresa foi pioneira num mercado que não existia, que é o mercado de produtos e serviços de imagens de satélites de observação da Terra. Isso num tempo em que o mercado de cartografia e mapeamento era dominado por empresas de aerolevantamentos (fotografia aérea). Só os fundadores da Imagem sabem quantas lutas foram necessárias até que o mercado aceitasse a utilização do Sensoriamento Remoto para produção cartográfica.
A história da Imagem está repleta de exemplos de visão de negócio, empreendedorismo e inovação.
O Streetbase
Um caso que eu gosto de lembrar é o do nosso produto Streetbase.
Aí pela virada do milênio percebemos que as empresas iriam precisar de informações digitalizadas de endereços, logradouros e numeração de porta das cidades Brasileiras. Foi quando lançamos o produto Streetbase, que era esta base de dados digital de arruamentos de praticamente todos os municípios do país.
Deu um trabalho imenso. Tivemos que adquirir mapas junto às prefeituras, digitalizá-los e integrar tudo numa base contínua. Investimos muito. Montamos uma tremenda estrutura, com equipes permanentes que passavam o dia digitalizando, consultando listas telefônicas e guias de endereço para conseguir levantar as informações.
No final, o produto era tão diferenciado que acabou sendo licenciado para as grandes multinacionais de geolocalização quando elas começaram a atuar no Brasil.
O Streetbase ainda foi a base para o produto Galileo, desenvolvido em 2013. O Galileo era a única solução SaaS para a geolocalização massiva de dados que podia ser usada on-premises. Por isso teve sucesso, sendo responsável por impulsionar vendas da Imagem especialmente nos segmentos de Commercial e Telecom.
O Streetbase, como produto, cumpriu seu ciclo na matriz BCG: de ponto de interrogação, virou estrela, depois vaca leiteira e acabou abacaxi.
A Paixão
Muitos empreendimentos de sucesso nascem da paixão dos seus fundadores por um determinado tema. Na área da saúde: existem inúmeros casos de grandes hospitais e planos de saúde que nasceram, cresceram e frutificaram da paixão dos seus fundadores pela Medicina.
Paixão é aquilo que leva uma pessoa a dedicar-se à Música, por exemplo.
O que leva uma pessoa a dedicar-se à Astronomia? Só mesmo a paixão pelas estrelas e pelo desconhecido… Esta paixão pode levar à feitos incríveis como ao desenvolvimento do Telescópio Espacial James Webb cujo projeto é uma maravilha em termos de inovação e superação de desafios homéricos para lançar e pôr em órbita um equipamento sofisticadíssimo que nos permite enxergar fenômenos que aconteceram há bilhões de anos atrás.
Paixão nos leva a fazer coisas que pareciam impossíveis. A superar barreiras intransponíveis e vencer obstáculos externos e internos.
Eu já falei da nossa paixão por mapas e como esta paixão nos levou à feitos incríveis como a criação do Streetbase e de outros produtos e empreendimentos.
São “Ideias Loucas” – entre aspas – que quando dão certo, mudam a regra do jogo.
Mas paixão também podem levar a loucuras de verdade…
Como em 2000 e pouco, quando vendemos um megaprojeto de mapear uma grande área de citricultura e contabilizar a quantidade de pés de laranja que havia em cada talhão… A nossa paixão por Sensoriamento Remoto nos levou a propor usar imagens de satélite e técnicas inovadoras de inteligência artificial para contabilizar os pés de laranja. Só que na hora de executar, constatou-se que naquela época somente fotografias aéreas teriam a resolução necessária e que a contagem teria que ser no visual mesmo….
Foi uma loucura. No final tivemos que montar a maior estrutura de fotogrametria digital existente no país àquela época. Mobilizamos equipes e mais equipes de campo para levantar coordenadas de pontos de apoio, e sem falar no trabalho que deu contar cada pezinho de laranja…
Foi uma coisa de doido… A empresa só não quebrou porque sempre foi muito bem administrada.
A Disrupção
Empresas também podem despertar grandes paixões.
A Imagem, para mim, é uma dessas empresas. Mas eu sou suspeito para falar, né? … É melhor deixar que outros se manifestem, especialmente se forem clientes!!!
Mas posso falar da Esri.
Como explicar a capacidade que a Esri tem em despertar paixões? Será que é pelos propósitos? Pelo estilo da empresa? Pela tecnologia? Pelo Jack Dangermond??? Sei lá…
A minha paixão pela Esri começou cedo, quando eu preparava minha tese de mestrado nos laboratórios do ITC, na Holanda. Foi quando eu vi pela primeira vez o ArcINFO PC. Na época, trabalhar com GIS num PC era um sonho. Uma promessa de liberdade.
Já na Imagem, esta paixão contribuiu para o que talvez tenha sido a maior disrupção na história recente da empresa. Aconteceu em 2005 quando nos tornamos o distribuidor exclusivo da Esri no Brasil.
Esta conquista começou em 2001 a partir de uma Ideia Louca: “Porque não sermos nós o representante da Esri no Brasil?” Então, num impulso, marcamos uma reunião em Redlands. Chegamos lá e já fomos logo dizendo: “Nos deixem ser o seu representante no Brasil que vocês não vão se arrepender. Seremos o melhor distribuidor que a Esri pode ter…”
Bem, esta “Ideia Louca” evoluiu super bem e de uma empresa de serviços especializados, a Imagem virou uma verdadeira máquina de vendas seguidamente reconhecida e premiada pela própria Esri.
As conexões e desconexões
Outro exemplo de inovação que eu vivenciei de perto foi o GISConneX.
O GISConneX foi um software desenvolvido pela Imagem para o mercado das Utilities com o propósito de resolver com um produto de prateleira o eterno problema da integração entre os sistemas de registros físicos dos ativos (no GIS) e os registros contábeis da empresa (no ERP).
A ideia do GISConneX coincidiu com a decisão estratégica de “Internacionalização” que tivemos em 2006, durante a nossa sessão de planejamento estratégico: o Quarup.
Decisão tomada, estudamos a opções de mercado e escolhemos investir numa empresa de serviços GIS/TI especializada em Utilities, focada na integração do ERP da SAP com o GIS da Esri nos aproveitando da experiência que havíamos obtido trabalhando para empresas no Brasil. Avaliamos que a Europa seria o melhor lugar para começarmos, pois tanto SAP quanto Esri são dominantes nesta parte do mundo. Abrimos uma empresa em Madri e começamos a atuar da Península Ibérica, irradiando para o mundo.
Empacotamos nosso conhecimento num software de prateleira chamado GISConneX e este foi o carro-chefe da nossa atuação internacional.
O produto foi bem recebido. Visitamos muitos clientes, participamos de vários eventos internacionais do setor de Utilities, apadrinhados pela SAP e pela Esri. No Brasil, também nos destacávamos com integradores GIS-SAP. Por mais de uma vez, fomos convidados pela SAP Brasil para conduzir sessões sobre o assunto no SAP FORUM.
Apesar de tudo isso, as vendas do GISConneX não decolaram como previsto, mas o conhecimento desenvolvido neste campo nos levaram ao desenvolvimento do produto PGR, que é a base de sustentação da nossa coirmã CODEX Utilities.
Inovação é assim, vai-se evoluindo, aprendendo com erros e quando necessário pivotando até encontrar o melhor caminho.
Os tipos de inovação
Clubes Esportivos são bons exemplos de instituições centenárias que resistem ao tempo. O meu clube de coração, o Fluminense Football Clube, é um dos mais antigos do Brasil. É interessante notar que uma boa parte deles – uns mais, outros menos – estão constantemente evoluindo de maneira a se tornarem mais competitivos e se manterem no topo.
Como eles fazem isso? Não é se reinventando, abrindo novos negócios; deixando de ser um clube para ser uma outra coisa. Mas sim, mantendo o foco no futebol e no esporte amador e promovendo Melhorias Contínuas.
São melhorias contínuas não só no time de futebol, mas também na gestão; na administração do património; na melhoria das instalações; e no relacionamento com os seus stakeholders: sócios, atletas, torcida, patrocinadores e com a comunidade em geral. São melhorias contínuas, mas que fazem toda a diferença na eficiência, no sucesso do clube e na capacidade de atrair cada vez mais torcedores, sócios e patrocinadores.
Diferente dos clubes, empresas privadas têm um horizonte mais amplo de possibilidades para inovar, crescer e manter-se no topo. Um bom exemplo disso é a Amazon, que de site eletrônico para venda de livros tornou-se uma das maiores empresa do mundo no setor espacial. Estas são as chamadas Inovações Disruptivas.
Se colocássemos num gráfico de risco, teríamos num extremo as Inovações de Melhoria Contínua, que representam menor risco e menor custo; e no outro, teríamos as Inovações Disruptivas, que naturalmente representam riscos maiores, investimentos pesados e horizontes de tempo mais largos, mas, que quando dão certo, mudam a regra do jogo.
Com a Imagem, empresa que há 36 anos se mantém no rol das melhores empresas do setor de informação geoespacial, não poderia ser diferente. A Imagem só conseguiu chegar aonde chegou promovendo uma série de inovações. São anos e anos de melhorias contínuas, ligadas à gestão do negócio e do relacionamento com o mercado, mas também de inovações disruptivas como no lançamento de novos produtos e novos negócios.
Na linha das Melhorias Contínuas, cito como exemplo a introdução em 2003 da plataforma SIEBEL de CRM. Na época, era o que havia de mais moderno em termos de digitalização do processo de vendas e que mudou para sempre a maneira como fazemos a gestão do relacionamento com clientes, do funil de oportunidades e da gestão das propostas. Hoje, com a adoção da plataforma Dynamics da MS, estamos integrando todas as fases da Jornada do Cliente.
Destaco também a introdução do programa de Qualidade em 2002, quando recebemos nossa primeira certificação ISO 9000. Naquela época, falar de processos numa empresa que vende software e serviços de TI soava meio estranho. Processos e Qualidade eram coisas para o chão de fábrica. Hoje temos várias certificações ISO cobrindo aspectos importantes que vão desde sistemas de gestão antissuborno à segurança de informação.
Como exemplos recentes podemos citar a adoção da metodologia da Receita Previsível, as plataformas de Marketing Digital e a criação da área de Customer Success, que está trazendo resultados significativos.
Em resumo: Inovações se fazem no dia a dia com melhorias contínuas, no médio prazo com novos produtos e ofertas e no longo prazo com disrupções e com ideias loucas – mesmo as que não dão certo.
Em breve teremos mais “Resenhas do Lugra”, essa história sensacional de um dos especialistas da Imagem!
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