A nova versão do ArcGIS Pro lançada recentemente, release 3.1, além de conter melhorias de performance e produtividade também conta com novas funcionalidades. Uma destas novas ferramentas é a tecnologia H3 implementada na tool Generate Tessellation para criação de mosaicos. Vale ressaltar que esta novidade está disponível em todos os níveis de licenciamento do ArcGIS Pro, ou seja, não exige nenhuma extensão e a partir da licença Basic você poderá elevar o nível de suas análises!
O H3 é uma ferramenta de indexação geoespacial criada pela Uber que permite a divisão de uma região geográfica em hexágonos, que podem ser de diferentes tamanhos, de acordo com a resolução escolhida. Projetado para ajudar a lidar com questões de pesquisa, visualização e análise de dados geoespaciais em grande escala, também pode ser uma ferramenta importante para trabalhar com alto volume de dados e o entendimento de sua granularidade, permitindo a realização de consultas espaciais de maneira mais eficiente do que os métodos tradicionais de indexação de dados.
São muitos os motivos para utilizar a agregação de dados de pontos de incidentes em grades regulares, por exemplo, normalizar a geografia para mapeamento ou para mitigar os problemas de uso de polígonos com formas irregulares criados arbitrariamente, tais como fronteiras, limites políticos, zoneamentos ou regionalizações.
Grades de forma regular devem ser compostas exclusivamente por triângulos equiláteros, quadrados ou hexágonos. Essas três formas de polígonos são as únicas que podem se encaixar perfeitamente ao serem repetidas várias vezes, borda a borda, para cobrir uma área sem que haja lacunas ou sobreposições, criando então uma grade uniformemente espaçada.
Além disso, ao contrário dos limites administrativos, os hexágonos não mudam com o tempo, o que significa que podem ser usados para comparar dados em diferentes séries temporais.
Em particular, os hexágonos H3 são ótimos porque são construídos sobre um modelo da Terra, o que faz com que sua posição permaneça consistente em cada uma de suas 16 resoluções. Portanto, hexágonos H3 podem ser utilizados como uma grade padronizada em várias escalas de análises e projetos:
A área de uma célula H3 em resolução 3 corresponde a uma média de 13,4 mil km² enquanto a resolução 6 compreende uma média de 36,13 km² de acordo com a documentação oferecida pela Uber Technologies.
Alguns ganhos que este modelo de indexação geoespacial pode representar:
- Os hexágonos reduzem o viés de amostragem devido aos efeitos de borda da forma da grade, isso está relacionado à baixa relação perímetro-área da forma do hexágono. Um círculo tem a proporção mais baixa, mas não é possível organizá-los em formato de rede sem deixar lacunas.
- Essa circularidade de uma grade hexagonal permite que ela represente curvas nos padrões de seus dados de forma mais natural do que grades quadradas.
- Os hexágonos são preferíveis quando sua análise inclui aspectos de conectividade ou caminhos de movimento, melhorando as análises de rotas, por exemplo.
- Ao trabalhar em um projeto de grande escala, a grade hexagonal sofrerá menos distorção devido à curvatura da Terra do que um modelo fishnet que é formado por quadrados.
- Ao utilizar o modelo fishnet a atenção aos padrões é atraída de forma linear principalmente em seus vértices. Com o formato de hexágonos, padrões curvilíneos são mais facilmente identificados por inspeções visuais.
- Favorece as análises de proximidade uma vez que qualquer ponto dentro de um hexágono está mais próximo do centroide do que qualquer ponto em um quadrado ou triângulo de área igual estaria, e existem mais pontos de contato com seus “vizinhos”.
Colocar em prática os conhecimentos técnicos adquiridos é fundamental para garantir o uso do máximo potencial que o ArcGIS te oferece. Para entender como gerar a rede de hexágonos H3 e cruzar dados espaciais acompanhe o vídeo a seguir, e te convido a replicar este processo em seu fluxo de trabalho, que tal? Caso tenha quaisquer dúvidas entre em contato conosco, estamos sempre à disposição!
