Impactos das Mudanças Climáticas no Brasil: Lições do Caso Ikeja Electric

Drielle Salles, Especialista de Marketing - Utilities, sorrindo para a câmera, usando óculos e camiseta cinza.

Drielle Salles

Especialista de Marketing - Utilities - Imagem Geosistemas

As mudanças climáticas vêm impondo desafios significativos para os setores de infraestrutura em todo o mundo, especialmente para o setor elétrico.

No Brasil, onde a matriz energética é fortemente dependente da geração hidrelétrica, eventos climáticos extremos como secas prolongadas, tempestades severas e aumento da temperatura impactam diretamente a segurança e confiabilidade do fornecimento de energia.

Nesse cenário, a resiliência das redes elétricas torna-se essencial para garantir um fornecimento contínuo e eficiente, minimizando as interrupções e danos causados por fenômenos naturais.

Estação elétrica cercada para proteção, com transformadores e painéis de controle em área urbana, garantindo a segurança e funcionamento da infraestrutura crítica
Transformadores e painéis de controle em área urbana.

O estudo de caso da Ikeja Electric, uma das maiores distribuidoras de eletricidade da Nigéria, destaca como a aplicação de tecnologia baseada em GIS (Sistema de Informação Geográfica) foi capaz de melhorar significativamente a eficiência operacional e reduzir em 33% o tempo de inatividade da rede.

A experiência da Ikeja Electric pode servir de inspiração para as concessionárias brasileiras, que enfrentam desafios semelhantes, principalmente em função dos impactos das mudanças climáticas.

Mudanças Climáticas e os Desafios para o Setor Elétrico Brasileiro

O Brasil enfrenta um cenário desafiador no setor elétrico devido às mudanças climáticas.

A dependência da matriz hidrelétrica expõe o país a riscos significativos em períodos de estiagem, reduzindo a capacidade dos reservatórios e aumentando a necessidade de acionamento de usinas termelétricas, que são mais caras e mais poluentes.

Além disso, tempestades severas, ventos fortes e ondas de calor podem sobrecarregar as redes de distribuição, aumentando o risco de falhas, apagões e danos estruturais aos ativos de transmissão e distribuição.

Entre os principais desafios do setor elétrico brasileiro diante das mudanças climáticas, destacam-se:

  • Variação no regime de chuvas – Secas prolongadas diminuem os níveis dos reservatórios das hidrelétricas, reduzindo a capacidade de geração e exigindo acionamento de fontes mais caras e poluentes.
  • Eventos climáticos extremos – Tempestades, vendavais e deslizamentos de terra podem danificar infraestruturas de transmissão e distribuição, provocando quedas de energia e longos períodos de inatividade.
  • Aumento da temperatura média – O crescimento da temperatura pode elevar a demanda por energia elétrica devido ao uso intensivo de sistemas de refrigeração e ar-condicionado, sobrecarregando a rede e exigindo maior eficiência operacional.
  • Expansão das energias renováveis intermitentes – A crescente adoção de fontes eólica e solar exige redes mais inteligentes e resilientes para lidar com variações na geração de energia.
Painel interativo do ArcGIS mostrando um mapa de rede elétrica com indicadores de falhas, status de transformadores e conexões críticas em uma área urbana.
Mapa de rede elétrica com indicadores de falhas.

Resiliência de Redes: O Papel do GIS na Gestão de Infraestruturas Elétricas

A resiliência da rede elétrica é a capacidade de um sistema de energia de resistir, se adaptar e se recuperar rapidamente de falhas e eventos adversos.

Para garantir essa resiliência, tecnologias avançadas como GIS são fundamentais para fornecer uma visão integrada dos ativos elétricos, monitorar eventos em tempo real e otimizar a resposta a incidentes.

O estudo de caso da Ikeja Electric demonstrou que a aplicação de GIS trouxe benefícios tangíveis, como a redução de falhas na rede e a melhoria da eficiência operacional.

No Brasil, essa tecnologia pode ser utilizada de várias formas para aumentar a resiliência do setor elétrico:

  • Monitoramento e Mapeamento Inteligente – O GIS permite um controle geoespacial detalhado dos ativos da rede elétrica, identificando pontos vulneráveis e antecipando riscos relacionados a eventos climáticos extremos.
  • Gestão de Manutenção e Despacho de Equipes – Ferramentas baseadas em GIS possibilitam o envio otimizado de equipes de manutenção para áreas críticas, reduzindo o tempo de resposta e a duração das interrupções.
  • Análises de Impacto e Simulações – O uso de modelagem geoespacial pode prever impactos de eventos climáticos e auxiliar no planejamento de estratégias de mitigação.
  • Integração com IoT e Sensores Inteligentes – A coleta de dados em tempo real por meio de sensores e dispositivos conectados permite um monitoramento contínuo das condições da rede, evitando falhas catastróficas.

Oportunidades para o Setor Elétrico Brasileiro

Diante do cenário de mudanças climáticas, a aplicação de GIS na gestão da infraestrutura elétrica no Brasil não é apenas uma vantagem competitiva, mas uma necessidade estratégica.

Além da digitalização e automação das redes, outras medidas podem ser adotadas para aumentar a resiliência do sistema elétrico nacional:

  • Diversificação da Matriz Energética – O aumento do uso de fontes renováveis como solar e eólica pode reduzir a dependência da energia hidrelétrica e aumentar a segurança do fornecimento.
  • Investimento em Redes Inteligentes (Smart Grids) – A modernização das redes elétricas, com sensores e automação avançada, permite maior controle operacional e resposta rápida a falhas.
  • Mapeamento de Áreas Críticas e Planejamento de Expansão – O uso de GIS pode ajudar na identificação de áreas mais propensas a eventos climáticos extremos e no planejamento da expansão da infraestrutura de forma mais sustentável.
  • Uso de Dados para Tomada de Decisão – A análise de grandes volumes de dados permite prever tendências climáticas e adaptar as estratégias de operação da rede elétrica.

O caso Ikeja Electric e aprendizados com GIS

A experiência da Ikeja Electric demonstra como a tecnologia GIS pode ser um fator transformador na resiliência das redes elétricas, reduzindo falhas e garantindo um fornecimento mais confiável.

No Brasil, onde os impactos das mudanças climáticas são cada vez mais evidentes, a adoção de GIS e outras soluções digitais se mostra essencial para manter a estabilidade e segurança do setor elétrico.

As concessionárias brasileiras que investirem em inovação, resiliência e modernização de suas redes estarão mais preparadas para enfrentar os desafios climáticos e garantir um fornecimento de energia seguro e sustentável para as próximas décadas.

Referência do conteúdo da Esri.

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