Versionamento Inteligente de Redes Elétricas: Inovação e Transformação com Utility Network

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Evandro Lima Meireles

Líder em Soluções GIS do Grupo Equatorial

Resumo do Projeto de Modernização da Gestão de Ativos

Um tema muito em alta hoje é a importância da governança dos dados a partir de uma fonte única e confiável, com suporte aos processos de gestão de ativos.

Esta governança deve atender ao processo, considerando a localização do ativo, suas características e regras, por meio de um Sistema de Informação Geográfica corporativo e robusto.

Neste contexto, abaixo listamos os principais requisitos que este sistema necessita prover:

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  • Que os dados sejam validados e confiáveis durante os processos de desenho e execução dos projetos;
  • Que reduzam as réplicas de dados;
  • Que facilitem as integrações com os sistemas de operação de rede, gestão de ativos, dentre outros.

Este artigo facilita o entendimento da importância do versionamento com uma visão de melhores práticas que estão sendo adotadas no projeto em curso na Equatorial.

Conheça como a estrutura de versionamento está sendo implementada, os ganhos operacionais esperados e os principais aprendizados, destacando a importância da governança e reforçando o versionamento como um pilar estratégico para a digitalização eficiente e resiliência do setor elétrico.

 

 Técnico aponta para poste com transformador e fiação em área urbana, enquanto outro colaborador realiza manutenção com apoio de caminhonete.
Figura 1 – Equipe Equatorial em uma de suas subestações

Cenário Atual

No cenário atual da transformação digital das distribuidoras de energia elétrica, a migração de dados legados para ambientes modernos baseados em Utility Network exige mais do que apenas tecnologia — requer inteligência na governança dos dados.

O Projeto Atlas é uma iniciativa da Equatorial Energia que visa modernizar e padronizar a gestão das redes elétricas por meio da adoção do ArcGIS Utility Network, promovendo maior eficiência, controle e interoperabilidade com sistemas corporativos, como sistemas de operação da rede (ADMS) e sistemas de gestão de ativos (EAM).

Trata-se de um projeto pioneiro de transformação digital no setor elétrico brasileiro, envolvendo a reestruturação completa da base de dados geográficos, com foco em qualidade, conectividade e governança de ativos.

No Projeto Atlas, conduzido junto à Equatorial Energia, o versionamento da base geográfica emergiu como um dos pilares para garantir a integridade, a rastreabilidade e a segurança das operações sobre a rede elétrica.

Mapa detalhado de infraestrutura elétrica em área urbana com destaque para subestação e conexões entre componentes da rede no ArcGIS Pro.
Figura 2 Rede de Distribuição Equatorial Energia em ArcGIS Utility Network

O que é o Versionamento na Utility Network?

O versionamento é um recurso essencial da Utility Network (UN) no ArcGIS Pro, que permite que diferentes usuários editem a rede elétrica ao mesmo tempo, de forma segura, organizada e sem comprometer os dados oficiais da empresa.

A Utility Network utiliza um modelo chamado branch versioning que, em português, pode ser entendido como versionamento por ramificações.

Esse modelo cria versões paralelas da base de dados, como cópias temporárias, onde os técnicos podem realizar alterações, revisões ou testes sem impactar diretamente a base em operação.

Esse processo garante:

  • Controle de concorrência de edição, permitindo que múltiplos usuários trabalhem simultaneamente, sem conflitos;
  • Isolamento de mudanças, com ambientes de trabalho dedicados por projeto ou equipe;
  • Segurança na validação, com revisão técnica antes da publicação;
  • Rastreabilidade completa, com histórico detalhado de quem fez o quê e quando.

Essas versões funcionam como ambientes de trabalho isolados, onde cada projeto ou atualização na rede elétrica, como a inclusão de um novo transformador ou a extensão de uma linha, pode ser conduzido com total controle.

Após a validação, as alterações são integradas à base principal, garantindo que apenas dados corretos, consistentes e aprovados entrem em produção.

O versionamento é implementado em um Banco de Dados Geográfico Corporativo (Enterprise Geodatabase), que pode utilizar sistemas como Oracle, SQL Server ou PostgreSQL.

Essa estrutura robusta viabiliza a integração do GIS com outros sistemas empresariais, como os sistemas de engenharia, operação e gestão de ativos, mantendo a governança, a rastreabilidade e o histórico completo das mudanças realizadas na rede.

 

Estrutura de Versionamento Aplicada no Projeto Atlas

Durante o Projeto Atlas, a estrutura de versionamento foi cuidadosamente planejada com base nas boas práticas recomendadas pela Esri para Utility Network, utilizando o modelo branch versioning.

Essa estrutura foi adaptada à realidade operacional de uma distribuidora de energia elétrica, considerando fluxos de engenharia, operação e integração com sistemas corporativos.

 

A arquitetura de versionamento implementada incluiu:

Versões de projeto (Design Versions) criadas automaticamente no ArcFM Designer XI, permitindo que equipes de engenharia desenvolvam ampliações, reconfigurações e obras de rede de forma isolada e segura;

  • Promoção de versões para revisão técnica e aprovação;
  • Reconciliação e postagem: processo em que as alterações aprovadas são integradas à base principal;
  • Integração com o sistema de gestão de ativos (EAM), garantindo que a representação física da rede esteja sempre sincronizada com o modelo geográfico digital.

 

Exemplo Prático

Durante o deploy da base de dados de Alagoas, o uso de versões foi essencial para garantir a qualidade e consistência dos dados migrados da base legada (Eletromapas) para o novo modelo baseado na Utility Network.

Cada etapa de carga foi executada dentro de uma versão isolada, permitindo:

  • Validação das regras topológicas (ex.: conectividade elétrica, domínios de tensão, estrutura de subestações);
  • Correção de inconsistências sem afetar o ambiente de produção;
  • Geração de relatórios de qualidade (QA/QC) detalhados por tipo de elemento, com apoio técnico da equipe de dados e modelagem.

Esse modelo assegurou uma transição segura, rastreável e com governança clara sobre todas as mudanças aplicadas à rede.

 Especialista do Projeto Atlas opera softwares GIS com múltiplas telas em ambiente de monitoramento e desenvolvimento técnico.
Figura 4 – Especialista em ArcGIS Utility Network Evandro Meireles em seu ambiente de trabalho

 

Benefícios Observados

Redução de conflitos de edição: múltiplas frentes de trabalho atuam de forma coordenada;

  1. Melhoria na rastreabilidade: é possível auditar o autor, data e tipo de cada alteração;
  2. Segurança para o ambiente de produção: alterações só são aplicadas após revisão e validação;
  3. Integração direta com o ciclo de vida dos ativos: alinhamento entre engenharia, operação e gestão patrimonial.

 

Lições Aprendidas

A adoção do versionamento no Projeto Atlas trouxe diversos aprendizados importantes para garantir uma gestão eficiente e segura da rede elétrica digital. Destacamos os principais:

  • Definir responsabilidades claras: é preciso saber quem cria, quem revisa e quem aprova as alterações na rede. Isso garante organização, rastreabilidade e evita erros durante os projetos;
  • Regras e filtros ajudam a evitar falhas: durante a edição dos dados em versões, o uso de restrições controladas (filtros e domínios) impede que informações inconsistentes ou fora do padrão sejam inseridas no sistema;
  • Treinamento é fator crítico de sucesso: capacitar as equipes de engenharia, GIS e operação foi fundamental para que todos entendessem como trabalhar com a nova tecnologia, adotassem os novos processos e ganhassem confiança na ferramenta.
 Técnico aponta para poste com transformador e fiação em área urbana, enquanto outro colaborador realiza manutenção com apoio de caminhonete.
Figura 5 – Equipe Equatorial Energia em Rotina de Manutenção Programada

Conclusão

O versionamento na Utility Network é uma ferramenta que transforma a forma como as distribuidoras de energia planejam, atualizam e controlam sua rede elétrica.

Ele permite que as equipes trabalhem com segurança, evitando conflitos e garantindo que apenas informações corretas e aprovadas entrem em produção.

No Projeto Atlas, esse recurso foi mais do que uma tecnologia — foi uma solução de gestão e qualidade, que ajudou a construir uma base cartográfica confiável, alinhada com a operação real da rede.

Para distribuidoras que buscam modernizar seus sistemas e aumentar a eficiência, o versionamento deve ser visto como um elemento estratégico, essencial para garantir segurança, organização e escalabilidade na gestão de redes elétricas digitais.

Se a sua distribuidora está em processo de transformação digital ou deseja iniciar essa jornada, o versionamento com Utility Network pode ser o primeiro passo rumo à modernização com segurança e inteligência.

 

 Visualização dinâmica da rede de distribuição no ArcGIS Pro, com destaque para camadas de infraestrutura elétrica em uma área urbana.
Figura 2 – Rede de Distribuição Equatorial Energia em ArcGIS Utility Network

Referências

  • Esri – Guia de Utility Network (versão 5.2, 2025):
    Material oficial da Esri que apresenta os fundamentos da Utility Network, incluindo conceitos, ferramentas e exemplos práticos para redes elétricas digitais.
  • Relatório de Qualidade do Projeto Atlas – QA/QC:
    Documento técnico que detalha os testes de qualidade realizados sobre os dados da rede elétrica migrados para a Utility Network no âmbito do Projeto Atlas.
  • Documento Técnico – Integração GIS e Gestão de Ativos:
    Descrição de como o sistema geográfico foi integrado ao sistema corporativo de gestão patrimonial da distribuidora.
  • Deploy da Base Alagoas – Projeto Atlas:
    Comunicação técnica que registra o carregamento bem-sucedido dos dados da rede no ambiente de desenvolvimento, com base na modelagem Utility Network.
  • Esri – Documentação oficial sobre Branch Versioning:
    Explicação técnica sobre o modelo de versionamento utilizado na Utility Network, com exemplos e orientações de uso no ArcGIS Pro.

Sobre o autor

Retrato de Evandro Meireles, especialista em ArcGIS Utility Network, vestindo camisa preta e posicionado em frente a uma parede branca.

Evandro Lima Meireles é especialista em ArcGIS Enterprise e Utility Network, com MBA e pós-graduação em Inteligência Artificial. Atua como líder técnico no Projeto Atlas do Grupo Equatorial Energia, conduzindo a modernização da gestão de ativos geoespaciais. Com forte atuação em demandas regulatórias e integração de sistemas, conecta geotecnologia à transformação digital no setor elétrico.

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Muito bom apresentar a visão estratégica que precisa ser de conhecimento das diversas áreas da distribuidora.
Gostei muito da ênfase dada de que o sistema também visa a gestão de ativos, de forma versionada e geográfica.
Parabéns pelo artigo!

Last edited 7 dias atrás by Diego Telli
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