Como Cidades Brasileiras usam o Sistema ArcGIS para controlar surtos de dengue

Letícia Mose

Especialista GIS – Governo Municipal & Governo Estadual

O Sistema ArcGIS é uma poderosa plataforma de análise e gestão geoespacial que pode transformar a maneira como prefeituras enfrentam surtos de dengue e das demais arboviroses.

As Prefeituras brasileiras têm, através das ferramentas avançadas de mapeamento e análise do Sistema ArcGIS, a possibilidade de inovar rotinas, processos e análises através de inteligência geográfica, desenvolvendo uma abordagem proativa e eficiente para monitorar, planejar e executar ações de combate a doenças.

Considerando a atuação de Secretarias Municipais de Saúde, através dos times de Vigilância epidemiológica e/ou controle de vetores, na execução de ações de combate à dengue e demais arboviroses nos municípios, o ArcGIS funciona como um grande sistema integrador de dados de casos notificados, locais de presença de focos de mosquitos, condições climáticas e infraestrutura urbana.

Com isso, as Prefeituras são capazes de otimizar diversas ações, como a identificação de focos de proliferação, mobilização de equipes para intervenções, acompanhamento do impacto das ações realizadas e redução dos índices de infestação.

Diversos são os benefícios alcançados quando as ações de vigilância em saúde passam a ser realizadas com o apoio das ferramentas de geotecnologias do Sistema ArcGIS, como:

  • Melhor a alocação de recursos e prioriza áreas mais afetadas, otimizando o impacto das ações de controle.
  • Monitoramento em tempo real e alertas automáticos, equipes de saúde conseguem agir rapidamente em áreas críticas.
  • Auxílio no planejamento de campanhas conscientizações e ações preventivas em bairros e localidades
  • Melhor direcionamento e menor desperdícios de esforços e insumos exatamente onde são necessários.
  • Criação de um histórico de dados que pode ser usado para acompanhar a eficácia das medidas ao longo do tempo e melhorar estratégias futuras.
  • Fortalecimento da confiança da população ao compartilhar informações claras e precisas sobre os esforços de controle da dengue.

Confira abaixo bons exemplos e práticas de prefeituras que utilizam os recursos de geointeligência do Sistema ArcGIS como ferramenta de suporte ao monitoramento e combate da Dengue e demais arboviroses.

Mapeamento e Monitoramento de casos e notificações

A Prefeitura de Itabira (Minas Gerais) realiza o georreferenciamento dos casos notificados, agregando as informações por bairros, considerando a origem dos casos, a evolução por semana epidemiológica, assim como os casos hospitalizados e óbitos.

Esse tipo de análise espaço-temporal apoia a identificação de padrões de propagação da doença e principais áreas/locais de risco, sendo capaz de orientar a necessidade de ações de prevenção e antecipação de novos surtos no município.

Mapa temático exibindo a quantidade de casos de dengue por bairro em Itabira, acompanhado de painéis com números de casos notificados, investigados e encerrados, bem como gráficos de notificações por semana epidemiológica.

 

Aplicativos móveis para realização de visitas e vistorias

A Prefeitura de Guarapuava (Paraná) inovou as rotinas de visitas e vistorias dos agentes de saúde para identificação de focos do mosquito Aedes Aegypti através da utilização de aplicativos móveis como ferramenta de coleta das informações observadas nos locais.

A utilização de formulários digitais desenvolvidos para essa operação garante o levantamento de informações de forma rápida, padronizada, sincronizada automaticamente com a base de dados central e atualizadas em tempo real.

Exemplo de uso de um aplicativo móvel para coleta de dados em campo, integrando informações de notificações sobre dengue com um mapa temático mostrando focos registrados na cidade de Guarapuava.

Perfil histórico de evolução da identificação dos focos

A Prefeitura de Itajaí (Santa Catarina) realiza as análise espaço-temporal e acompanhamento de dados levantados pelas vistorias e visitas para identificação de focos através dos recursos de um amplo Sistema de Monitoramento, com indicadores que retratam as vistorias realizadas e os focos identificados por ruas/logradouros do município, assim como as características dos imóveis e dos depósitos localizados.

A análise histórica desses dados permite o acompanhamento da evolução da identificação dos focos dentro do território municipal ano após ano, permitindo o planejamento antecipado de políticas de vigilância em saúde.

Mapa georreferenciado mostrando focos de mosquito Aedes aegypti em Itajaí, com painéis detalhando o número total de focos, depósitos tratados, tipos de imóveis inspecionados e evolução de focos tratados ao longo dos anos.

Engajamento da População

Prefeituras como a do municipio de São José do Rio Preto (São Paulo) investem na comunicação através da disponibilização de mapas e informações públicas para conscientizar e informar a população sobre os principais indicadores e necessidades da sáude pública municipal, dentre eles, dados epidemiológicos.

Iniciativas como essa permitem que a população tenha acesso público aos dados que apoiam o monitoramento e controle, se engaje em campanhas de conscientização e prevenção à proliferação do mosquito Aedes Aegypti, sendo um importante aliado do poder público municipal no enfrentamento à dengue.

Como visto nos exemplos apresentados, o Sistema ArcGIS é uma solução abrangente que não apenas ajuda as prefeituras a responderem de forma mais eficaz aos surtos de dengue, mas também a planejar e implementar políticas de saúde pública sustentáveis.

Mapa temático destacando coeficientes de dengue por região de São José do Rio Preto, gráficos de evolução de casos por região, incluindo um gráfico de pizza que detalha a porcentagem de casos por setor e um total de 32.179 casos registrados.

 

 

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