Cidades Inteligentes e como o GIS apoia e impulsiona o processo de certificação

Homem branco de barba e camisa social preta com braços cruzados sorri

Diego Spreng

Especialista em Soluções GIS para Gestão Municipal - Imagem Esri

Uma “cidade inteligente” é uma área urbana que utiliza tecnologias avançadas e práticas inovadoras para melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos.

Essas tecnologias não apenas melhoram a eficiência e a qualidade dos serviços urbanos, mas também ajudam as cidades a se tornarem mais resilientes, sustentáveis e adaptáveis às necessidades de seus habitantes.

Para classificar uma cidade como “inteligente”, várias instituições e organizações ao redor do mundo adotam critérios específicos para essa certificação.

A seguir são apresentados os principais critérios utilizados pelas entidades que promovem esse tipo de certificação.

– Sustentabilidade Ambiental

  • Energia Renovável: Adoção e integração de fontes de energia renovável, como solar e eólica.
  • Gestão de Resíduos: Sistemas eficientes para coleta, reciclagem e destinação final dos resíduos.
  • Qualidade do Ar: Monitoramento constante da qualidade do ar e implementação de políticas para reduzir a poluição.

– Mobilidade Urbana

  • Transporte Público Eficiente: Desenvolvimento de sistemas de transporte público rápidos, acessíveis e sustentáveis.
  • Mobilidade Ativa: Infraestrutura que promove o uso de bicicletas e caminhadas.
  • Tecnologia em Transporte: Uso de tecnologias, como aplicativos de mobilidade, para melhorar a gestão do tráfego.

– Infraestrutura Digital

  • Internet de Alta Velocidade: Disponibilidade de internet rápida e acessível para todos os cidadãos.
  • Cidades Conectadas: Implantação de sensores e dispositivos IoT (Internet das Coisas) para coleta e análise de dados em tempo real.
  • Cibersegurança: Políticas e práticas robustas para garantir a segurança digital dos cidadãos

– Governança e Participação Cidadã

  • Governo Aberto: Transparência nas ações do governo e acesso aberto às informações públicas.
  • Participação Digital: Plataformas digitais que permitem a participação ativa dos cidadãos em decisões públicas.
  • Inovação Governamental: Implementação de soluções tecnológicas para melhorar os serviços públicos e a eficiência administrativa.

– Qualidade de Vida

  • Saúde e Bem-Estar: Acesso a cuidados de saúde eficientes e promoção do bem-estar dos cidadãos.
  • Educação de Qualidade: Sistemas de ensino integrados com tecnologias avançadas para melhorar a educação.
  • Inclusão Social: Políticas que garantam a inclusão de todas as faixas etárias, raças e classes sociais.

O GIS entre as tecnologias disponíveis hoje, desempenha um papel crucial no processo de tornar as cidades mais inteligentes, oferecendo ferramentas e técnicas avançadas que permitem o mapeamento, análise e gestão do espaço urbano de maneira mais eficiente e integrada.

Sua relevância no contexto de certificação de cidades inteligentes pode ser vista em várias frentes:

– Gestão integrada de informações geoespaciais

A visualização e análise de dados de forma centralizada possibilita o cruzamento de dados de monitoramento e gestão de recursos naturais, mobilidade e transporte, bem como monitoramento ambiental e sustentabilidade, como mostrado a seguir.

  • Gestão de Águas e Recursos Naturais: A geotecnologia facilita o monitoramento de recursos hídricos, florestas, e outros recursos naturais. Tecnologias como sensores remotos e drones são usados para monitorar o nível dos reservatórios, detectar desmatamento e monitorar a qualidade da água e do ar.
  • Otimização de Rotas e Tráfego: Sistemas de geolocalização e mapeamento dinâmico, integrados com dados de tráfego em tempo real, ajudam a otimizar rotas de transporte público e privado, reduzindo congestionamentos e emissões de carbono.
Painel de Gestão de Resíduos da Prefeitura de Niterói, com indicadores de coleta de resíduos sólidos e gráficos detalhando dados de coleta seletiva ao longo de 2023.
Painel da Prefeitura de Niterói, cliente da Imagem Geosistemas

– Planejamento urbano eficiente

Controlar e organizar o uso do território permite um planejamento urbano mais eficaz e um ordenamento territorial eficiente. A seguir, apresentamos alguns exemplos:

  • Mapeamento e Análise Espacial: A geotecnologia permite a criação de mapas detalhados e a análise espacial de dados geográficos, o que é essencial para o planejamento urbano eficiente. Com o uso de Sistemas de Informação Geográfica (SIG), é possível analisar o uso do solo, identificar áreas de risco, e planejar o crescimento urbano de forma sustentável.
  • Modelagem Urbana 3D: Ferramentas de modelagem tridimensional, como o BIM (Building Information Modeling) integrado com SIG, ajudam a planejar e visualizar o impacto de novos projetos de infraestrutura antes de sua implementação, otimizando o uso do espaço e minimizando o impacto ambiental.
Visualização em 3D de uma cidade com prédios coloridos e uma linha vermelha representando uma rota ou via principal, exemplificando o uso de geotecnologia para planejamento urbano.
Painel da Prefeitura de Niterói, cliente da Imagem Geosistemas

– Monitoramento ambiental e de riscos

A identificação de áreas de risco no contexto urbano possibilita um monitoramento mais eficaz e uma resposta aprimorada a desastres. A seguir, apresentamos alguns exemplos:

  • Prevenção e Resposta a Desastres Naturais: A geotecnologia permite o monitoramento de áreas suscetíveis a desastres naturais, como enchentes e deslizamentos de terra. Sistemas de alerta precoce podem ser integrados com dados geoespaciais para evacuações rápidas e eficientes, salvando vidas e minimizando danos.
Mapa interativo da Secretaria de Risco, mostrando áreas de risco geológico alto e muito alto na região metropolitana de São Paulo, atualizado em 25 de maio de 2022.
Painel da CPRM, cliente da Imagem Geosistemas
  • Análise de Impacto Pós-Desastre: Após um desastre, as imagens de satélite e os dados geoespaciais ajudam a avaliar o impacto, identificar as áreas mais afetadas e planejar a reconstrução de forma rápida e eficiente.

– Transparência e participação cidadã

A criação de geoportais e painéis informativos facilita o acesso público a dados relevantes e abre canais de participação cidadã, promovendo transparência e engajamento. A seguir, apresentamos alguns exemplos:
  • Georreferenciamento de Dados Governamentais: O uso de plataformas SIG permite que governos locais georreferenciem dados, como informações sobre saúde, segurança e infraestrutura. Isso facilita a transparência, permitindo que os cidadãos acessem e visualizem informações de interesse público diretamente em mapas interativos.
  • Engajamento Cidadão: Aplicativos de mapeamento colaborativo, onde cidadãos podem reportar problemas como buracos nas vias ou lixo acumulado, permitem uma resposta mais rápida do governo e promovem a participação ativa da comunidade na gestão urbana.

Cidades inteligentes: uma realidade potencializada pelo GIS

Cidades inteligentes não são apenas um conceito futurista, mas uma realidade presente, realizar essa transformação é possível a qualquer município que queira mudar a gestão pública com o uso inteligente da tecnologia.
O processo de classificação de uma cidade como “inteligente” pode ser complexo e multifacetado, envolvendo uma série de critérios que vão desde a sustentabilidade ambiental até a infraestrutura digital e a participação cidadã.
Mas, buscar essa certificação que é dada por diferentes organizações e instituições do segmento, apoiados pela geotecnologia, garante uma visão abrangente e multidimensional das práticas e estratégias que uma cidade pode adotar para ser considerada “inteligente”.
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