A recente reportagem exibida pela RPC destacou uma aplicação prática e extremamente relevante do ArcGIS no enfrentamento à violência doméstica no Paraná.
O dashboard apresentado — desenvolvido para apoiar equipes de segurança pública — mostra como a inteligência geográfica pode transformar dados sensíveis em ações rápidas, eficientes e orientadas por risco, contribuindo diretamente para a proteção de mulheres em situação de vulnerabilidade.
Neste artigo, analisamos o que a ferramenta oferece, por que ela é tão estratégica e quais outras iniciativas no Brasil reforçam esse movimento de uso do GIS para políticas públicas voltadas às mulheres.
Mapeamento de risco em tempo real: o que o dashboard do Paraná revela
A solução mostrada na reportagem utiliza o ArcGIS para integrar informações de boletins de ocorrência, reincidências, registros territoriais e indicadores operacionais.
O resultado é um painel dinâmico onde cada ponto no mapa representa uma ocorrência ou vítima que necessita de acompanhamento.
Entre as funcionalidades evidenciadas:
- Mapas de calor e distribuição espacial das ocorrências, permitindo identificar rapidamente regiões críticas.
- Classificação automática de risco, com categorias como “1ª prioridade”, “risco muito alto” ou “equipe policial avaliar”.
- Integração com rotinas operacionais, ajudando a direcionar patrulhas, priorizar atendimentos e otimizar recursos de campo.
- Monitoramento de padrões de revitimização, elemento essencial para prevenir escaladas de violência.
Esse tipo de inteligência facilita decisões estratégicas, reduz o tempo de resposta e fortalece políticas institucionais focadas na prevenção.

Por que a inteligência geográfica é tão poderosa nesse contexto
Violência doméstica é um fenômeno complexo, distribuído de forma desigual no território e influenciado por diversos fatores sociais, econômicos e urbanos.
O GIS permite:
- Conectar variáveis diversas (demografia, acesso a serviços, densidade urbana, vulnerabilidade social).
- Antecipar riscos, ao detectar áreas onde a probabilidade de novos casos é maior.
- Apoiar equipes em campo, oferecendo informações atualizadas no momento da decisão.
- Produzir indicadores transparentes, fundamentais para políticas públicas eficazes.
A combinação de dados + território + análise espacial produz insights que dificilmente seriam identificados apenas com tabelas e relatórios textuais.
Outros exemplos no Brasil: o Mapa da Mulher Carioca
O uso do GIS para proteção das mulheres não é exclusivo do Paraná.
No Rio de Janeiro, o Mapa da Mulher Carioca — desenvolvido com ArcGIS e apresentado pela Imagem — é outro caso emblemático.
Essa solução reúne dados sobre saúde, assistência social, segurança, educação e serviços especializados para mulheres, permitindo:
- Identificar carências de equipamentos públicos voltados ao atendimento feminino.
- Localizar serviços essenciais como delegacias da mulher, centros de referência, unidades de saúde, abrigos e núcleos de orientação.
- Apoiar políticas de prevenção, por meio da correlação entre indicadores de violência, vulnerabilidade e infraestrutura disponível.
- Promover transparência, ao disponibilizar informações abertas e acessíveis à população.
O Mapa da Mulher Carioca demonstra como o GIS amplia o alcance das políticas públicas, aproximando-as das necessidades reais das cidadãs.
Um movimento crescente: GIS como pilar das políticas de proteção
A adoção de tecnologias geoespaciais tem se tornado peça-chave em iniciativas de:
- Monitoramento de crimes contra mulheres e identificação de padrões territoriais.
- Planejamento urbano sensível ao gênero, considerando mobilidade segura, iluminação e serviços de apoio.
- Gestão de programas sociais e direcionamento de campanhas de prevenção.
- Análise de fluxos de atendimento, permitindo que estados e municípios dimensionem recursos de forma mais eficiente.
Independentemente da região, a lógica é a mesma: quando compreendemos onde e como a violência acontece, podemos agir de forma mais estratégica e humana.
Tecnologia a serviço da proteção
A reportagem sobre o Paraná traz luz a um ponto importante:
ferramentas como o ArcGIS não são apenas tecnologias de mapeamento — são instrumentos de cuidado, prevenção e gestão inteligente da segurança pública.
Ao combinar dados de qualidade, ciência geográfica e equipes preparadas, governos conseguem responder mais rápido, proteger mais pessoas e planejar políticas duradouras de proteção às mulheres.
E à medida que exemplos como o Mapa da Mulher Carioca e o dashboard paranaense se multiplicam, vemos crescer um ecossistema em que a geotecnologia se torna aliada indispensável na construção de cidades mais justas e seguras.
