Queda das taxas de fertilidade na Europa

O que ocorre lá hoje antecipa desafios que o Brasil enfrentará com mais intensidade nos próximos anos.
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A população mundial vive duas tendências simultâneas que alterarão profundamente o futuro das sociedades: expectativa de vida em alta e taxas de fertilidade em queda.

A ONU projeta que a população global deve atingir seu pico ainda neste século e, em seguida, começar a diminuir.

O principal fator por trás disso é a redução consistente da taxa de fecundidade (número de filhos por mulher).

Embora essa queda seja global, a Europa é o continente com a menor taxa de fertilidade do planeta — e o ritmo de declínio ali ajuda a revelar mudanças sociais profundas.

Um mapa animado de 75 anos de transformação

O mapa desenvolvido pela Maps.com mostra, ano a ano, como a taxa de fertilidade evoluiu em todos os países europeus entre 1950 e 2025, usando dados da Divisão de População da ONU.

Em 1950, quase todos os países europeus apresentavam taxas acima do nível de reposição populacional (2,1 filhos por mulher).

Décadas depois, o cenário é completamente outro.

Como interpretar o mapa

As cores representam o quanto cada país está acima ou abaixo do nível de reposição:

  • Azul → acima de 2,1
  • Vermelho → abaixo de 2,1
  • Tons neutros → próximos do equilíbrio

O mapa também exibe:

  • a taxa média da Europa ao longo do tempo,
  • a população total do continente,
  • setas indicando a direção e intensidade da mudança anual.
Mapa coroplético mostrando as taxas de fertilidade dos países europeus em 1950, com tons de azul indicando valores acima de 2,1 filhos por mulher e contraste entre diferentes regiões.
Mapa coroplético mostrando as taxas de fertilidade dos países europeus em 1950, com tons de azul indicando valores acima de 2,1 filhos por mulher e contraste entre diferentes regiões.

Tendências marcantes observadas no mapa

1. Declínio acelerado a partir dos anos 1960

Em muitos países, a queda da fertilidade se intensifica nesse período.

Em 1973, a Europa atinge pela primeira vez a taxa de reposição (2,1).

Depois disso, continua a cair até 1,4 em 2002, e nunca mais ultrapassa 1,6.

2. O caso abrupto da Romênia

Nos anos 1960, a Romênia apresenta um aumento repentino na taxa de fertilidade por conta do Decreto 770, que proibia aborto e contracepção — uma intervenção estatal que teve impacto imediato nos números.

3. Crescimento populacional apesar da baixa fecundidade

Mesmo com quedas acentuadas, a Europa adicionou quase 200 milhões de pessoas neste período.

A explicação é a imigração em massa do pós-guerra e a contínua entrada de refugiados e trabalhadores estrangeiros.

4. Pico e início do declínio recente

Por volta de 2022, a população europeia atinge seu máximo e começa a cair, influenciada por:

Gráfico com linhas representando a taxa de fertilidade de países europeus entre 1950 e 2025, destacando Romênia, Montenegro, Ucrânia e a média europeia, com linha horizontal indicando a taxa de reposição de 2,1 filhos por mulher.
Gráfico com linhas representando a taxa de fertilidade de países europeus entre 1950 e 2025, destacando Romênia, Montenegro, Ucrânia e a média europeia, com linha horizontal indicando a taxa de reposição de 2,1 filhos por mulher.

O gráfico final

O vídeo termina com um gráfico comparativo que apresenta linha por linha a trajetória demográfica de cada país europeu.

O padrão é inequívoco:

oscilações acontecem, mas a tendência estrutural é de queda contínua ao longo de 75 anos.

Por que isso importa para o Brasil e para tomadores de decisão daqui?

A discussão sobre queda da fertilidade na Europa conversa diretamente com questões que o Brasil já começa a enfrentar:

🔹 O Brasil também está abaixo da taxa de reposição

A taxa brasileira caiu para cerca de 1,7 filho por mulher, segundo o IBGE — menor que a da Europa na década de 1970.

Ou seja, estamos acelerando por um caminho que o continente europeu percorreu ao longo de décadas.

🔹 Tendências semelhantes de envelhecimento populacional

Assim como a Europa, o Brasil:

  • está envelhecendo rapidamente,
  • vê sua força de trabalho diminuir proporcionalmente,
  • precisa repensar políticas de saúde, previdência e planejamento urbano.

🔹 Migração como variável estratégica

O estudo europeu evidencia que a imigração sustentou o crescimento populacional por décadas.

Brasil, historicamente um país de migração moderada, pode precisar repensar estratégias para compensar a queda na natalidade.

🔹 Planejamento territorial e econômico guiado por dados geoespaciais

Os cenários vistos no mapa reforçam a importância de:

  • projeções demográficas,
  • análise espacial de capacidade de serviços,
  • simulação de impactos no mercado de trabalho,
  • planejamento de infraestruturas e políticas públicas baseadas em evidências.

Para empresas — inclusive setores como varejo, saúde, seguros, mobilidade e energia — compreender a redistribuição etária é essencial para decidir onde investir e como operar.

Europa é um “laboratório demográfico antecipado”.

O que ocorre lá hoje antecipa desafios que o Brasil enfrentará com mais intensidade nos próximos anos.

 

Traduzido e adaptado do original de Robby Deming do site maps.com.

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