ArcGIS Pro no mapeamento do estoque de carbono em propriedades privadas na Amazônia Brasileira

Com o uso das ferramentas ArcGIS Pro, a equipe do LabGeo da brCarbon estima o potencial de geração de créditos de carbono em imóveis rurais. Veja como funciona!

Plinio Ruschi, Beatriz Silvestre, Isabella Francischeti, João Marinho, Renan Kamimura e Yohana Mello

BR Carbon

A brCarbon é uma climate tech criada para promover soluções climáticas naturais a partir da implementação de projetos de carbono no mercado voluntário. Fomenta a conservação e a restauração florestal e, dessa forma, contribui para mitigação e atenuação dos impactos negativos das alterações climáticas. Com o uso das ferramentas ArcGIS Pro, a equipe do LabGeo da brCarbon estima o potencial de geração de créditos de carbono em imóveis rurais.

Esta análise é multivariada e parte da observação do contexto geopolítico de cada área analisada:

  • Verifica a proximidade com áreas florestais contíguas;
  • A influência e/ou sobreposição com áreas protegidas (Unidades de Conservação e Terras Indígenas) e assentamentos humanos (Territórios Quilombolas);
  • Verifica a dinâmica de mudanças no uso da terra (pressão de desmatamento e degradação).

É necessário, portanto, ferramentas que permitam a espacialização do conhecimento e da aplicabilidade da legislação ambiental aos padrões de certificação de carbono.

O projeto aqui apresentado se chama Mapeamento do estoque de carbono de imóveis rurais particulares e delimitação de Áreas Elegíveis de Floresta (AEF) e a equipe de desenvolvedores envolveu diversos profissionais do LabGEO da da brCarbon. A análise espacial com emprego do Model Builder do ArcGIS Pro, tem como objetivo traduzir espacialmente a Lei Federal 12.651 (“Novo Código Florestal”) e desta maneira evidenciar Áreas de floresta excedente, Áreas de Reserva Legal (ARL), e Áreas de Preservação Permanente (APP) em imóveis rurais particulares. Essa análise traz como resultado a definição das áreas potenciais para implementação de projetos de carbono florestal, também chamadas de Áreas Elegíveis de Floresta (AEF).

Dentro desse escopo, foi possível observar um grande consumo de horas técnicas para a realização de tais mapeamentos, que são fundamentais para tomada de decisão da diretoria e de toda a equipe comercial, portanto, a redução do tempo necessário para cada análise seria benéfica.

O modelo proposto quantifica o impacto climático a partir da estimativa do estoque de carbono (Toneladas de Dióxido de Carbono Equivalente – CO2e), de acordo com o tipo de floresta, e o potencial de geração de créditos de carbono (VCUs).

Os VCUs são ativos transacionáveis do mercado de carbono e podem ser gerados tanto pela redução das emissões quanto pela remoção de gases do efeito estufa (GEE) da atmosfera. As premissas e requisitos necessários para definição das AEFs (Áreas Elegíveis de Floresta ) foram orientadas para projetos no escopo dos padrões de certificação VCS e projetos do setor AFOLU.

A metodologia da Verra, Verified Carbon Standard (VCS)Methodology VM0007 Reduction of Greenhouse Emissions form Deforestation and Degradation and conservation of carbon stocks and forest management (REDD+) Methodology Framework (REDD+ MF) Version 1.6, por exemplo, detalha em sua seção 5.1 Geographical Boundaries as premissas para definição geográfica de Área de Projetos. Nesta operação, foram concatenados sequencialmente vinte e cinco (25) operações de geoprocessamento para definição da Área Elegível de Floresta (AEF) no imóvel rural. Foram utilizadas diversas funções e operações distintas de álgebra de mapas como corte, junção, intersecção, cálculo de áreas, entre outras.

O resultado obtido consiste em um modelo que utiliza diversas camadas vetoriais de bases públicas, para alimentação dos dados de entrada. São utilizadas informações como:

  • Tipo de vegetação;
  • Quantificação de desmatamento;
  • Limites e zoneamento dos imóveis rurais;
  • Dentre outras informações.

Essa rotina de processamento é realizada em sua totalidade em tempo inferior a um (1) minuto, de modo que pelo método “manual”, o tempo operacional era de 4-6 horas, a depender do grau de experiência do analista.

As principais vantagens deste procedimento operacional foram:

  1. Automatização e padronização da rotina de geoprocessamento;
  2. Redução do tempo de execução desta tarefa e que anteriormente era realizada manualmente, processo por processo;
  3. Padronização e controle e garantia de qualidade na definição das AEF;
  4. Redução do espaço de armazenamento interno em Hard Disk com arquivos intermediários dos 18 processos. O modelo permite o processamento de arquivos intermediários de maneira temporária;
  5. Processamento em lote de diversos imóveis simultaneamente;
  6. Mapeamento especializado e a quantificação dos serviços ecossistêmicos de maneira individualizada para imóveis rurais que tenham interesse em desenvolver projetos de carbono florestal no mercado voluntário.

O uso do Model Builder do ArcGIS Pro, juntamente com a análise visual feita posteriormente pelos técnicos da empresa, permite que o modelo seja continuamente verificado e testado. Qualquer falha ou ponto de melhoria no modelo, gera uma nova versão do Model Builder, que é transmitido para que toda a equipe possa usar e validar a versão.

 

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