Arquitetos, engenheiros e gerentes de construção estão descobrindo que uma nova combinação de tecnologias digitais de 3D são uma ótima defesa contra atrasos no projeto e estouros no orçamento.
Antes de assentar tijolos, assente alguns pixels.
Essa é a filosofia de design que está se espalhando entre arquitetos, engenheiros e construtoras.
Tradicionalmente, os projetos começavam com designs em 2D, passavam para maquetes em 3D e depois se tornavam uma infraestrutura real. Com isso, vinham os problemas do mundo real. Mas agora estruturas em todo o mundo estão sendo criadas e contextualizadas digitalmente primeiro.
Para felicidade dos gestores de projetos, planejadores e daqueles que ocuparão as estruturas, a nova tecnologia está revolucionando o processo de conversão do design 2D em realidade 3D.
A situação: um alto custo para planejamento ruim
A sabedoria do alfaiate “meça duas vezes, corte uma vez”, também vale para arquitetos, engenheiros, imobiliárias, construtoras e outros no setor de construção civil. De fato, o tempo dedicado ao planejamento de um empreendimento ou projeto de infraestrutura determina se ele atende à visão do cliente, cumpre normas de segurança e permanece dentro do orçamento e do cronograma.
Em um relatório de 2017, um grupo britânico dedicado à eliminação de erros na construção civil constatou que o setor perdeu 21 bilhões de libras (21% da receita anual) devido ao que os torcedores chamam de “gol contra”. Os culpados: alterações tardias no projeto, ineficiência na comunicação e coordenação ruim.
Os pesquisadores descobriram que, em muitos projetos, não havia contexto que mostrasse como o prédio afetaria o solo e as estruturas ao redor e como essas estruturas e solo afetariam o prédio.
Um novo par de tecnologias está fazendo justamente isso: ajudando projetistas a ver os relacionamentos entre o ambiente construído e as estruturas planejadas. Com essa visão, eles podem se preparar para contingências e evitar surpresas na construção.
uma perspectiva exclusiva e combinada com GIS e BIM
Há muito tempo, gestores de projetos e planejadores procuram ferramentas para visualizar antes de construir. Algumas cidades, por exemplo, criaram maquetes em escala que mostram todos os prédios no perímetro urbano. Mas essas maquetes não revelam coisas como redes de serviços subterrâneas e espaços internos dos prédios, e não é possível atualizá-las rapidamente de acordo com as mudanças nas condições e o vai e vem dos prédios.
Na área metropolitana de Londres, uma joint venture entre Skanska, Costain e STRABAG está projetando uma linha férrea de alta velocidade de uma maneira nova. Em uma iniciativa pioneira no setor britânico de arquitetura, engenharia e construção (AEC), as parceiras estão planejando o projeto ferroviário de 2,1 bilhões de libras com uma combinação de tecnologias 3D: BIM (modelagem de informações de prédios) e GIS (sistema de informações geográficas).
O GIS permite ver o projeto modelado com os inter-relacionamentos, como terreno e estruturas ao redor da ferrovia, incluindo redes de serviços subterrâneas.
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O BIM cria uma visão detalhada em 3D da estrutura em construção. Com a combinação das ferramentas, os planejadores podem ver um modelo 3D contextualizado antes de iniciar a construção, o que evita retrabalho e estouros no orçamento.
É uma técnica que traz oportunidades tanto para projetos de infraestrutura quanto para empreendimentos residenciais. As tecnologias de modelagem 3D são o novo sandbox digital, no qual os planejadores podem “entrar” em um local e ver o projeto proposto de qualquer ângulo, no ambiente em que ficará. Dessa forma, os projetistas e as partes interessadas podem ver o contexto interno e externo dos prédios no estágio de ideia.
As ferramentas de modelagem 3D estão começando a surgir em projetos, desde simples empreendimentos residenciais até enormes obras de infraestrutura, como a ferrovia em Londres. O vídeo abaixo mostra como a BIM e o GIS oferecem uma ilustração simplificada de um empreendimento residencial planejado em Lofoten, na Noruega, um arquipélago ao norte do Círculo Ártico. Os slides foram elaborados pela empresa norueguesa de arquitetura Boxs Arkitektstudio.
Como mostra o vídeo, o GIS e BIM criam uma perspectiva dupla: uma visão do interior do prédio e também do seu ambiente. Dessa forma, os planejadores têm os insights de pequena escala necessários para projetar espaços habitacionais atraentes e apresentá-los às partes interessadas. Também revela a perspectiva ampla para que os planejadores determinem se os prédios estão em boa situação em relação à cidade.
A previsão traz economia
Quando erros iniciais de planejamento se materializam nas fases posteriores da construção, os custos do projeto tendem a aumentar muito. Por exemplo, quando o Departamento de Transporte do Wisconsin analisou o projeto de longo prazo de um trevo rodoviário em Milwaukee, a fim de determinar quanto poderia ter economizado se os planejadores tivessem usado modelagem 3D, a estimativa chegou a quase US$ 10 milhões.
Por sua vez, os erros no mundo digital são gratuitos, ou quase isso. Reconhecendo isso, cidades globais como Londres, Singapura e Boston estão adotando o 3D, investindo em réplicas digitais das cidades para agilizar a avaliação de projetos, simplificar o processo de licenciamento, garantir a qualidade de vida dos cidadãos e aplicar regulamentos.
Com o casamento entre GIS e BIM, os arquitetos, engenheiros e gerentes de construção de hoje estão iterando e colaborando virtualmente em modelos digitais 3D, observando os projetos com um nível de previsão que não havia antes.
Com essa visão, eles podem ver rapidamente o que está certo e o que poderia dar errado em qualquer projeto.
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