Paralisações: problema emergencial
Em 2022 somente, o Brasil enfrentou um total de 75,8 mil paralisações nos serviços de fornecimento de água, afetando cerca de 208,7 milhões de economias, número que vem crescendo nos últimos anos. Essas interrupções foram resultado de diversos problemas em todas as etapas do sistema de abastecimento (da captação à distribuição) ocasionadas por eventos emergenciais, como vazamentos e quedas de energia.
Figura 1 – Evolução de paralisações no SAA (Serviço de abastecimento de água) e economias afetadas de 2020 a 2022. Fonte: Diagnóstico Temático Serviços de água e esgoto. Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), Ministério das Cidades Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental – SNSAA magnitude desses dados destaca a importância do monitoramento ativo por parte das empresas responsáveis pelos serviços de água e esgoto no país para permitir uma resposta rápida à eventos de crise. A falta de monitoramento em tempo real expõe os sistemas de saneamento a uma série de riscos, incluindo vazamentos não detectados, contaminação da água, poluição dos corpos d’água, interrupções no abastecimento, desperdício de energia e danos à infraestrutura.
Centro de Operações Integradas e dados monitorados
Nesse cenário de crescimento de eventos emergenciais, o Centro de Operações Integradas (COI), já consolidado no setor elétrico, emerge como uma solução vital também para o setor de saneamento. Na corrida pelo atendimento às metas estabelecidas no novo Marco do Saneamento, as empresas estão buscando maneiras de modernizar suas operações. O COI se apresenta como uma plataforma centralizada ideal para monitorar, analisar e gerenciar os sistemas de água e esgoto.
Para otimizar o controle e garantir a qualidade do serviço, é imprescindível que o COI monitore uma variedade de dados operacionais. Isso inclui informações provenientes de sensores, radares meteorológicos, informações eletromecânicas, acompanhamento em tempo real das equipes em campo, boletins de qualidade da água e atualizações de chamados de clientes relacionados à falta de água. A análise integrada de todas essas informações desempenha um papel crucial no diagnóstico imediato de problemas operacionais. A Figura 2 ilustra as principais informações que são consolidadas em um Centro de Operações Integradas de Saneamento.
Ao adotar o COI, as empresas podem responder de maneira mais rápida e eficaz aos desafios operacionais, agindo de forma proativa para reduzir o impacto das interrupções nos serviços, principalmente em eventos de crise. Isso não apenas aprimora a eficiência operacional, mas também contribui para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, garantindo um fornecimento mais confiável de água e um tratamento mais seguro e eficaz de esgoto.
ArcGIS e Centro de Operações Integradas
O ArcGIS desempenha um papel central no COI, fornecendo uma plataforma robusta para a gestão e análise de dados operacionais e geoespaciais em tempo real. Esta plataforma abrange várias funcionalidades essenciais, incluindo gestão de dados em ambiente web colaborativo, integração com sensores para coleta de dados em tempo real, uso de gêmeo digital para análises operacionais complexas, sistema para coleta de dados e gerenciamento de atividades de equipes de campo, além de diversas soluções para processamento, análise e visualização de dados. Na figura 3 estão organizadas os principais produtos e funcionalidades do ArcGIS que estão sendo empregados no COI, mostrando como cada um contribui para as diferentes funções e atividades realizadas no centro. Essa integração de tecnologias oferece uma abordagem abrangente e eficaz para a gestão e resposta a situações operacionais em tempo real.
Para ilustrar como as informações são visualizadas no COI, apresento dois exemplos de Dashboards desenvolvidos para operações em saneamento. A Figura 4 possibilita o monitoramento de reclamações de clientes afetados por desabastecimento, indicando os locais com falta d’água dentro de cada setor. Já A Figura 5 consolida informações sobre vazamentos.
Case de Sucesso
A CORSAN, empresa responsável pelo abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto no Rio Grande do Sul, utiliza a plataforma ArcGIS em seu Centro de Controle Operacional Corporativo para otimizar processos internos. Isso resultou em benefícios notáveis, como mapeamento de ativos, acompanhamento de equipes em campo e monitoramento do abastecimento. Essas melhorias levaram a uma redução de custos, tempo de atendimento e aumento da eficiência, garantindo maior qualidade aos clientes da empresa.
Os Centros de Operações também desempenham um papel fundamental em outras indústrias, como a de Óleo e Gás. Conheça um caso de sucesso com o artigo: Centro de Controle Operacional com Inteligência Geográfica
