Nas versões recentes, a Esri disponibilizou uma extensão que visa agregar valor à maneira como as empresas de serviços públicos de energia, água e gás (também chamadas de Utilities) realizam seus planejamentos relacionados às redes e ativos que possuem. Essa extensão é o Utility Network Management.
O Utility Network Management que trabalha sobre a plataforma ArcGIS Pro e possui uma nova forma de tratar os ativos de uma rede, assim como as conectividades e topologias. A extensão utiliza a concepção de rede de Utility e não mais a de rede Geométrica. A rede de Utility permite que elementos tenham regras de atributos e uma conectividade tanto física como lógica, ou seja, visualmente elementos podem se mostrar não conectados, porém na realidade o estão.
Alguns conceitos do Utility Network
O Utility Network introduz conceitos que embora possam ser familiares para quem trabalha com GIS em empresas de Utilities, são relativamente novos no ambiente Esri, e potencializam as aplicações ArcGIS, permitindo um abrangente conjunto de soluções para quem atua com cadastro, planejamento, operação, análise e gestão de ativos.
Um dos conceitos é o Container, que representa um mundo interno associado a um elemento ou feature class. Isso significa que, por exemplo, o elemento banco de interruptores passa a conter um conjunto de chaves elétricas interconectadas, assim como um banco de transformadores pode representar transformadores individuais por fase, junto a dispositivos de proteção interconectados, todos no interior do banco de transformadores.
Além disso, esses dispositivos podem estar “associados” a um poste ou outra estrutura, mas não “conectados fisicamente” a ele, o que representa uma conectividade lógica. O mesmo princípio pode ser aplicado aos dispositivos de uma estação reguladora de pressão nas redes de água ou de gás. Dessa maneira, qualquer cadastro e análise fica mais próximo do que acontece no mundo real.
Outro conceito interessante são os percursos de rede específicos para Utilities. Esses percursos utilizam a ferramenta denominada Trace que foi aprimorada para facilitar diferentes tipos de análise, como à montante, à jusante, por isolamento, por conectividade, por sub-rede, por loops, entre outros customizáveis. E os resultados podem ser diferenciados entre todos os elementos conectados encontrados, e elementos ou feature classes específicos segundo o tipo de análise ou restrição por parte do usuário. A seleção encontrada também pode ser exportada a outras aplicações para quem quiser fazer estudos mais avançados.
A disponibilização da ferramenta de diagramas esquemáticos ou Diagram, que anteriormente era uma aplicação separada do ArcGIS, agora passa a fazer parte do Utility Network Management. Esses esquemáticos também permitem análises especificas mais elaboradas sobre setores da rede, incluindo sua combinação com gráficos tipo bar|line chart para estudos com atributos combinados.
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O processo Validate ou de Validação de rede, é também um conceito introduzido no Utility Network Management, como uma maneira de validar a rede após mudanças feitas pelo usuário. A validação inclui regras topológicas definidas no modelo de dados, como por exemplo verificar se um elemento pode realmente ser conectado a outro, desde o ponto de vista da regra de engenharia e não só da geometria.
Por exemplo, um condutor elétrico aéreo pode se conectar a um transformador, mas não a qualquer transformador, já que deve permitir sua conexão a um transformador aéreo e rejeitar a conexão a um transformador subterrâneo diretamente. De igual maneira uma tubulação de água ou gás, deve permitir ser conectada a outra tubulação do mesmo diâmetro, mas não a uma de diferente pressão ou diâmetro, a menos que exista um compressor ou bomba entre as duas, ou dependendo do caso, válvulas intermediarias.
Com uma Geometric Network essas conectividades geralmente eram possíveis diretamente, já com o Utility Network, as restrições aumentam segundo as regras de negócio, e deve ser assim para a manutenção da qualidade do sistema GIS.
A extensão Utility Network Management permite um cadastro mais preciso do ponto de vista de um GIS orientado a Utilities e da visão de uma empresa de serviços públicos que busca otimizar seus processos de planejamento, estudos de engenharia, operação e gestão de informações.
Particularmente, vejo essa extensão como um ambiente abrangente que inclui conceitos comumente utilizados em Utilities, e embora os processos para instalação, modelagem e configuração não sejam triviais, uma vez em funcionamento é uma ferramenta bastante útil que pode facilitar em grande medida as atividades dos que trabalham com GIS, engenharia e gestão dentro das empresas de serviços públicos.
Finalmente, o Utility Network Management por ser uma extensão ArcGIS Enterprise, permite a utilização de aplicações em um Portal ou no ArcGIS Online, que complementem ou ampliem o foco de atuação numa eventual análise dos dados por outros stakeholders.
Como trabalha como um serviço, que deve ser publicado e compartilhado, usuários de diversas áreas de uma empresa e de diferentes localidades podem ter acesso ao mesmo banco de dados, e a partir daí utilizar aplicações online como o Web Mapping Application e o Operations Dashboard, entre outros, caso queira tratar algumas informações adequadas a um usuário final de gestão ou de análise de dados. ArcGIS Pro + Utility Network Management também podem ser a base para uma integração com outros sistemas corporativos, como parte do universo de soluções que uma empresa Utility costuma ter.
Assista ao vídeo abaixo e veja uma introdução à análise de redes com Utility Network:
Neste vídeo você poderá conferir algumas características e funcionalidades básicas do Utility Network Management, como uma iniciativa de introdução ao processo de análise de redes, e que pode servir de referência para usuários e clientes que possuem alguma familiaridade com o universo de um GIS orientado a Utilities.
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