Veja neste artigo como o Instituto Mamirauá utilizou a informação geoespacial para mapear os casos de COVID-19 no Amazonas.
O Instituto Mamirauá tem uma longa tradição de atividades na Amazônia Brasileira, que incluem a aplicação da ciência, tecnologia e inovação na adoção de estratégias e políticas públicas de conservação e uso sustentável da biodiversidade amazônica.
Também abrangem a construção e a consolidação de modelos para o desenvolvimento econômico e social de pequenas comunidades ribeirinhas por meio de tecnologias socialmente e ambientalmente justas. Como Organização Social vinculada ao Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), temos a responsabilidade de oferecer respostas aos inúmeros desafios da sustentabilidade na Amazônia. Inclusive nesse momento dramático da atual crise de COVID-19.
Em meados de março deste ano, o ministro Marcos Pontes solicitou que as unidades de pesquisa vinculadas ao MCTIC fizessem o que estivesse ao seu alcance para contribuir no combate à pandemia que chegava ao Brasil.
O Instituto Mamirauá, que tem sua sede em Tefé/AM, iniciou então uma série de ações, como a participação no Comitê Municipal de Enfrentamento à COVID-19 e a mobilização de pesquisadores para o desenvolvimento de pesquisas que dessem suporte ao enfrentamento da doença no cenário Amazônico.
Lançamos uma pesquisa de avaliação do efeito das medidas distanciamento social sobre a diminuição no número de contágios nas cidades e comunidades ribeirinhas da Amazônia Central e outras pesquisas estão em estágio de desenvolvimento ou finalização. Outro ponto que consideramos importante neste contexto foi a ampla disseminação de informações, tanto para cientistas como para tomadores de decisão.
A Secretaria de Saúde do estado do Amazonas oferece, desde o início da pandemia, um bom sistema de acompanhamento dos casos (clique aqui para acessar).
No entanto, os dados não são abertos e caso a sociedade ou a comunidade científica necessitem obter gráficos, estatísticas e análises diferentes daquelas que são disponibilizadas, terão que encarar um árduo trabalho manual para tratamento dos dados.
Não é possível, por exemplo, obter a curva de casos confirmados ou de óbitos por município, ou para um conjunto selecionado de municípios. Essa era uma informação que julgávamos importante e foi o primeiro desafio que encontramos para desenvolver o painel de acompanhamento da COVID-19 no estado do Amazonas. O segundo desafio era como implementar rapidamente uma plataforma versátil e de fácil interação.
Informação geoespacial para enfrentar os desafios atuais de mapeamento do COVID-19 no Amazonas
Foi então que entrou em cena o programa de apoio à crise da Imagem Geosistemas (distribuidora oficial da Esri), que disponibilizou gratuitamente uma licença temporária do ArcGIS Online como parte de seu apoio no enfrentamento à pandemia em nível global.
O design modular e integrado do ecossistema ArcGIS foi crucial para a agilidade e eficiência na implementação da plataforma. Quanto ao primeiro desafio – a fonte dos dados – a iniciativa voluntária do Brasil.io se revelou de importância fundamental para a sociedade. Atualmente, essa é a única fonte de dados aberta em nível municipal disponível à sociedade. Nosso painel é alimentado diariamente pelos dados do Brasil.io e lá disponibilizamos gráficos, mapas e informações que podem ser importantes tanto para os tomadores de decisão como para a informação do público geral.
Painel COVID-19 Amazonas
Lançada em 22 de abril, o Painel COVID-19 Amazonas possui algumas funcionalidades interessantes que não estão disponíveis em outros lugares, como a capacidade de obter números e gráficos para um município escolhido ou para um conjunto de municípios selecionados.
Por exemplo, ao selecionar todos os municípios à leste de Tefé – que incluirá Manaus e sua região metropolitana -, temos curvas de casos confirmados e de óbitos que são bem menos abruptas do que se comparamos com todos os municípios à oeste de Tefé. Isso leva a algumas perguntas interessantes e que podem ser úteis para cientistas e tomadores de decisão: Será que essa diferença entre as curvas das duas regiões se dá devido ao atraso na chegada dos testes? Será que a doença realmente se interiorizou com maior velocidade nas cidades mais distantes da capital?
São perguntas para as quais não temos respostas no momento, mas que podem ajudar a enfrentar a crise no presente e no futuro próximo. Além dessa funcionalidade, estão disponíveis operações mais básicas, como navegar pelo mapa que representa os casos confirmados por município, filtrar a lista de municípios com seus casos confirmados, óbitos e casos por 100 mil habitantes e visualizar períodos específicos nos gráficos.
A Amazônia Brasileira enfrentou no passado e ainda enfrenta uma enorme variedade de desafios de ordem ambiental e social. E a informação nunca teve um valor tão central como tem atualmente. Em especial, a informação geoespacial é uma aliada fundamental para indicar respostas a problemas cruciais da sociedade.
Neste sentido, acreditamos que essa contribuição foi de grande valor. Estamos continuamente evoluindo esta ideia e todas as sugestões de melhorias serão muito bem-vindas!
CLIQUE AQUI para acessar o Painel COVID-19 Amazonas ou veja abaixo:
Fique por dentro de todas as novidades do Portal GEO. Faça grátis sua inscrição!
Veja também:
As geotecnologias na Nova Gestão Pública
ArcGIS na Saúde Pública: veja especialistas falando de usos eficazes do ArcGIS durante a pandemia.
5 etapas efetivas para governos enfrentarem o COVID-19
Importância da tecnologia de geoprocessamento no cenário da pandemia
Iniciando o uso de SIG em Prefeituras
Você gostou desse artigo?
O Portal GEO está sempre trabalhando para trazer novidades, tendências e o que há de melhor em dicas do universo GIS. Clique abaixo e faça sua inscrição gratuita para receber com comodidade todos os nossos artigos, que tenho certeza, vão te apoiar em seu cotidiano profissional e pessoal, te deixando sempre bem informado:
Muito bom termos um artigo nos mostrando a situação exata do Covid-19 por região. Mesmo sendo do Rio Grande do Sul é de extrema importância podermos acompanhar a realidade de outras regiões com tamanha exatidão e clareza de dados. Parabéns Dr. Jefferson e ao Instituto Mamiraua .