As questões envolvendo o clima foram um dos assuntos mais discutidos em 2021, não apenas pela realização da COP 26, importante conferência mundial sobre o tema, como também pelos inúmeros eventos extremos, ou seja, desastres, que desestabilizaram diversas regiões do planeta ao longo do ano.
No Brasil, estamos vivenciando uma série de situações adversas associadas, principalmente, a chuvas intensas como: inundações e deslizamentos em diversos municípios da Bahia, Minas Gerais e Tocantins, que resultaram em óbitos, milhares de pessoas afetadas e danos estimados em bilhões de reais.
Desastres naturais como inundações, secas/estiagens, movimentos de massa etc., são realidade em todo o território brasileiro e chamam cada vez mais atenção pela sua magnitude, frequência e prejuízos associados.
A falta de planejamento e estrutura das cidades, bem como à instalação de populações vulneráveis em áreas inadequadas à habitação, são fatores que potencializam o risco a esses eventos extremos.
Segundo dados divulgados pela Agência da ONU para Refugiados, somente no último ano, foram registrados 30,7 milhões de novos deslocamentos devido a desastres, sendo que quase todos (98%) foram causados por riscos relacionados ao clima, como inundações e tempestades.
A Gestão de Riscos de Desastres está presente em discussões mundo a fora, e expostas em importantes agendas como os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e Marco de Sendai, que apresentam os principais desafios dessa temática e estabelecem objetivos e responsabilidades para o desenvolvimento da população mundial, visando reduzir o número de pessoas afetadas, estabelecer estratégias de redução de riscos e reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação aos riscos de desastres em todos os países.
Para isso, a legislação brasileira declara como dever da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, a adoção de medidas necessárias à redução dos riscos de desastres (Política Nacional de Proteção e Defesa Civil – Lei Nº 12.608/2012) e destaca a importância de um trabalho integrado entre os órgãos de Estado, a sociedade civil organizada, as comunidades atingidas e especialistas da área, e da coordenação do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC), responsável por um conjunto de atividades de prevenção, mitigação, preparação para emergências, resposta e recuperação.
O grande desafio dessa estrutura presente no Estado brasileiro é executar uma gestão integrada de desastres e riscos que permita a PREVENÇÃO cada vez mais eficiente e assertiva, com o mapeamento e análise dos riscos, ações de preparação e monitoramento, medidas de prevenção e mitigação, e a RESPOSTA a desastres mais rápida e eficaz, com ações de recuperação, reestabelecimento, socorro e assistência humanitária à população atingida.
Nesse sentido, recursos de Inteligência Geográfica, como os SIGs (Sistemas de Informações Geográficas) e imagens de sensoriamento remoto são ferramentas muito úteis para a gestão de riscos e desastres, pois permitem uma ampla análise sobre o território e modernos recursos para coleta e análise de uma grande quantidade de dados que suportam as ações nas etapas de prevenção, preparação, resposta e recuperação:
- Mapeamento de áreas de riscos, ocorrências de eventos, áreas de vulnerabilidade e suscetibilidade;
- Análise de interações entre variáveis físicas, ambientais, humanas e de ocupação urbana;
- Elaboração de modelos preventivos e cenários de risco;
- Mapeamento da infraestrutura urbana: hospitais, polícia, bombeiros, abrigos etc.;
- Identificação de rotas de evacuação, abrigos e centros de emergência;
- Consciência situacional sobre o perfil da população e domicílios dentro de áreas afetadas;
- Cadastramento da população vulnerável e afetada;
- Formulários digitais para vistorias e atendimento às ocorrências;
- Inventário, diagnóstico e avaliação de danos causados;
- Identificação de áreas seguras para deslocamento de afetados;
- Apoio na estruturação das operações da defesa civil e em planos de recuperação;
- Gestão de Planos de Contingência e sistemas de alertas e monitoramento em municípios.
A gestão de riscos e de desastres no âmbito das cidades impacta diversas outras temáticas muito importantes para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do ecossistema local, interferindo no progresso social e na qualidade de vida da população.
Tornar os produtos e ferramentas de Inteligência Geográfica uma realidade na operação de atividades relacionadas à gestão de riscos e desastres, no Brasil, estabelece uma perspectiva para informações organizadas, disponíveis, integradas e utilizáveis para a implementação de políticas públicas pelos tomadores de decisão e para a consciência da população, acerca das medidas preventivas, possíveis consequências e de ações mitigadoras e necessárias em relação à presença de riscos e à ocorrência de desastres.
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Excelente! Precisamos cada vez mais de ações voltadas para a prevenção de desastres. Parabéns pela matéria.