O Governo Federal aprovou o Novo Marco Legal do Saneamento, que institui novas diretrizes para as concessões e contratos de prestação de serviço no setor de Saneamento.
O foco na universalização e na eficiência operacional na prestação dos serviços são pontos de destaque na nova legislação.
Os números do setor são bem conhecidos e tornam mais evidente o grande desafio para a universalização dos serviços, cerca de 33 milhões de pessoas ainda não possuem acesso à água e quase 100 milhões de brasileiros não têm coleta de esgoto (SNIS, 2018).
Para alcançar a universalização, as empresas de saneamento possuem diversos desafios, frente aos diferentes cenários dos municípios brasileiros. Dentre alguns deles, estão:
Priorização de investimentos, identificando os fatores mais relevantes e regiões mais indicadas;
Planejamento e gerenciamento de obras, tendo em vista a necessidade de expansão das redes, principalmente de esgotamento sanitário;
Gestão e combate às perdas, tendo em vista a necessidade de caráter regulatório de eficiência operacional nos sistemas;
Gerenciamento dos ativos, sendo fundamental para garantir a consciência operacional das concessões e qualidade na prestação dos serviços;
Transformação Digital dos processos das empresas, para ganhar confiabilidade e maior celeridade nos processos frente aos prazos contratuais estabelecidos.
Neste cenário, os sistemas de informações geográficas (ArcGIS) tem um papel fundamental, uma vez que muitos dos desafios têm como base o uso de dados espaciais.
A integração entre processos, a consciência operacional e a agilidade na tomada de decisão são otimizadas com o uso do GIS, através de mapas temáticos, análises, painéis gerenciais, formulários digitais e aplicativos para dispositivos móveis.
A priorização de investimentos pode ser otimizada por meio do uso da análise espacial.
Determinar as regiões prioritárias para reabilitação da rede, através das características técnicas dos ativos, dos registros de ocorrências de vazamentos, dos problemas de qualidade da água e das ocorrências de extravasamentos de esgoto, são algumas das possibilidades de uso do GIS frente a este desafio das companhias de Saneamento.
Determinar os trechos prioritários e justificar os investimentos de forma embasada é um desafio que pode ser superado com o uso do GIS.
Veja abaixo um exemplo de painel de priorização de investimentos de reabilitação de redes:
Os projetos e obras de expansão, previstos nos planos de universalização, também podem ser otimizados por meio do GIS.
As fiscalizações em campo sobre o andamento das obras e o registro das informações auditadas podem ser realizadas através de formulários digitais e acompanhados pelo departamento responsável de forma integrada, por meio de painéis de controle.
A integração entre campo e escritório é fundamental para garantir confiabilidade das informações e acompanhamento da evolução das obras, tendo em vista os diversos projetos gerenciados pelas companhias de saneamento.
Veja abaixo um exemplo de acompanhamento da evolução das obras de Saneamento no município de Tubarão-SC:
Para otimizar as ações de combate a perdas reais (reparo e pesquisa de vazamentos) e perdas aparentes (fraudes e irregularidades, inconsistências cadastrais, hidrômetros com submedição) é necessário identificar as localidades e o comportamento dos eventos.
Compreender sua distribuição espacial e o padrão de ocorrência destes eventos é essencial para direcionar ações de reparo e manutenção preventiva no sistema.
Técnicos e gestores podem empregar mapas, aplicativos móveis, formulários e painéis gerenciais para identificar e controlar vazamentos, mapear furtos de água na rede, realizar recadastramentos dos consumidores e monitorar os setores críticos do sistema.
Veja como funciona a identificação de irregularidades e hidrômetros com submedição para redução de perdas aparentes no exemplo abaixo:
O gerenciamento dos ativos também pode ser otimizado, uma vez que a base de informações sobre os equipamentos, tubulações, peças e acessórios pode estar disponível, espacialmente, para consulta e uso pelas diferentes áreas da empresa.
O controle do ciclo de vida dos ativos, desde sua concepção em projeto, período em operação e eventual substituição está relacionado com sua localização e sua interação com os outros componentes do sistema.
A rastreabilidade e a integridade destas informações são fundamentais para promover a eficiência na operação do sistema.
Por fim, um dos principais desafios na universalização é a transformação digital dos processos e atividades nas empresas de Saneamento.
O registro das informações, as análises de forma integrada com outras fontes de informação da organização e a acessibilidade aos dados e informações pelos interessados são fatores imprescindíveis para evolução das empresas e alcance de seus objetivos estratégicos.
Neste sentido, o ArcGIS também pode ser caracterizado como uma plataforma tecnológica de otimização dos processos de negócios, uma vez que possui a base tecnológica para a transformação digital de diferentes processos nas empresas de saneamento.
Sendo assim, o GIS se torna um elemento indispensável para a evolução e expansão dos serviços de saneamento no país.
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