A confiança no GIS, durante a resposta à COVID-19, incluiu planejamento, análise, visualização e compartilhamento de dados em tempo real. Recursos essenciais para uma distribuição de vacina rápida e equitativa.
Principais conclusões:
A inteligência de localização é fundamental para as iniciativas de distribuição da vacinação;
O GIS oferece suporte à interação com as partes interessadas e com o público;
Os painéis fornecem conscientização e transparência em tempo real.
Com a previsão de vacina para a COVID-19, os governos em todo o mundo precisam estarem prontos para distribuir as vacinações em grande escala, uma iniciativa que inclui os obstáculos de atender aos requisitos de armazenamento abaixo de zero, com priorização de comunidades vulneráveis, comunicação entre si e com o público, além de garantir a equidade entre países, municípios e cidades.
Claramente, o trabalho para desenvolver e planejar a imunização, com segurança no Brasil e em todo o mundo, exigirá a campanha global de vacinação mais complexa da história.
A mesma abordagem com o GIS será crucial para a distribuição de vacinas.
Neste momento, os líderes podem ajustar o planejamento do cenário de vacinação relacionado à prioridade e entrega, avaliar a logística com a saúde pública e consultores de gerenciamento de emergências, analisar a capacidade e as operações da cadeia de suprimentos e determinar uma estratégia de comunicação.
Em todas essas iniciativas, o GIS será fundamental para ajudar a planejar, implementar e gerenciar a distribuição de vacinas, de forma eficiente e igualitária.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS), em coordenação com o Departamento de Defesa (DoD) e os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), recentemente forneceu uma visão geral da distribuição estratégica de vacinas, juntamente com um manual provisório, para os programas estaduais, tribais, territoriais e locais de saúde pública e seus respectivos parceiros.
Para as próximas etapas, que incluem o compromisso com outros líderes, partes interessadas e o público, a meta é distribuir vacinas com agilidade e transparência, garantir a administração segura e a disponibilidade, além de monitorar os dados necessários, por meio de um sistema de TI capaz de oferecer suporte e rastrear a distribuição, a administração e outros dados necessários.
O GIS é parte integrante desse sistema de TI e será fundamental para as iniciativas de distribuição de vacinas ao oferecer suporte à interação com as partes interessadas e o público, além de fornecer transparência e conscientização em tempo real.
A seguir, destacamos as cinco principais maneiras pelas quais o GIS pode apoiar a distribuição da vacina para a COVID-19, de forma a ajudar as agências de saúde e governos a executar seus planos e acabar com esta pandemia o mais rápido possível.
1. Identificar instalações capazes de armazenar e distribuir a vacina
As principais vacinas disponíveis requerem armazenamento refrigerado, sendo que uma necessita armazenamento ultrafrio a -70 ºC.
Outros fatores como: estacionamento, acessibilidade à população vulnerável, distância das instalações de produção de vacinas, tráfego e tamanho geral do local, também irão impactar em quais instalações podem armazenar e distribuir adequadamente a vacina.
“Atualmente, os estados estão pesquisando seus sistemas com o objetivo de saber onde estão seus freezers com capacidade para temperaturas abaixo de 80 (graus Celsius). Minha expectativa é de que esse tipo de armazenamento refrigerado esteja disponível em grandes hospitais, instalações de pesquisa científica e algumas grandes farmácias.”, disse Julie Swann, professora de engenharia industrial e de sistemas da North Carolina State University, que assessora o CDC.
Mapear a estrutura das potenciais instalações no processo de vacinação é o primeiro passo para garantir o alcance adequado.
2. Identificar e priorizar as populações críticas
É bem provável que não haja doses suficientes da vacina assim, imediatamente. Por esse motivo é importante ser estratégico e ético com os recursos disponíveis.
A priorização proposta em diversos países garante que os trabalhadores de infraestrutura crítica e aqueles com maior probabilidade de exposição à COVID-19 sejam os primeiros a serem vacinados e assim sucessivamente. Veja abaixo:
Os departamentos de saúde precisarão desenvolver uma visualização detalhada da população e suas prioridades. Ao mesmo tempo, é fundamental avaliar qualquer dificuldade adicional que a população prioritária possa enfrentar para receber a vacina, como a falta de transporte, a dificuldade de locomoção de idosos, entre outras.
Além da visualização, os departamentos de saúde irão precisar de contagens reais da população em relação à população total e cada grupo prioritário.
Para que tudo saia de acordo, ou melhor, do que o planejado, as contagens devem estar disponíveis de forma clara no contexto.
Em outras palavras, quantas pessoas estão a menos de 1,5 km, uma caminhada de 15 minutos ou um trajeto de 30 minutos de carro de um local de vacinação.
Será fundamental combinar a capacidade das instalações, o suprimento de vacinas e os grupos populacionais nos locais, de forma a garantir que todas as necessidades sejam cumpridas.
3. Identificar as lacunas no acesso e formular opções alternativas de distribuição
Depois de identificar as instalações de distribuição das vacinas em potencial, junto com a população crítica, para fins de priorização, será possível ver as lacunas em potencial e avaliar os cenários de solução para a vacinação.
É bem provável que na “Fase 2” do plano de distribuição da vacina, o desejo da população, em geral, de receber a vacinada ultrapasse a capacidade dos locais de vacinação.
Com isso, os líderes de governos terão opções para aumentar a capacidade ao incluir novos parceiros no processo, ou posicionar novos pontos de distribuição em locais estratégicos, a fim de atender a demanda.
A tecnologia GIS tem sido usada há muito tempo para vários tipos de seleção de local e é bastante eficiente ao considerar critérios complexos, como acessibilidade, composição da população, entrada e saída, orçamento e muito mais.
Para um grupo de população especial, que deve ser direcionada em um alcance mais intencional, como pessoas com acesso limitado a locais de vacinação em comunidades rurais, pessoas com deficiência, pessoas com ou sem assistência médica, pessoas sem teto e outras, que podem ter menos probabilidade de procurar vacinação quando disponível.
Equipes móveis de vacinação podem ser implantadas para preencher as lacunas. Organizações de saúde usam o GIS para planejar e otimizar as rotas, para que possam atender com mais eficiência a uma população maior.
4. Implementar um sistema de gerenciamento de estoque de vacinas
As vacinas requerem duas doses para imunidade contra a COVID-19. No entanto, o tempo entre as doses é diferente para cada vacina candidata e as vacinas não são intercambiáveis.
Portanto, será essencial entender quem recebeu a primeira dose, qual vacina recebeu e quando deve receber a segunda dose.
Para isso, os profissionais de saúde e/ou o governo precisarão de um sistema de captura de dados rápido e preciso, que registre as informações de vacinação individual junto com o código de barras, que identifica o frasco da vacina.
O sistema de captura de dados precisará acompanhar o rápido processo de vacinação e apoiar o rastreamento do fornecimento da vacina, datas de validade e quaisquer potenciais eventos adversos. Além de rastrear o fornecimento de vacinas, também será preciso manter o controle do estoque de equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde e kits de vacinas (agulhas, seringas, lenços, álcool, entre outros).
O aplicativo ArcGIS Survey123 da Esri oferece uma opção fácil de usar para a coleta desses dados, por meio de um smartphone ou tablet. Semelhante a uma iniciativa anterior para a COVID-19 de coleta de dados sobre hospitalizações e estoques de EPIs, o aplicativo poderia rastrear vacinas e ler códigos de barras 2D.
Todos os dados coletados podem ser alimentados em um painel, baseado na Web, usando os Painéis do ArcGIS, para fornecer aos responsáveis pela tomada de decisão uma visualização, em tempo real, da situação em constante mudança.
5. Fornecer transparência e comunicação precisa
À medida que as vacinas são distribuídas, os estados e as populações precisarão saber como cada unidade está se saindo na execução do plano, por meio do monitoramento de ocorrências de eventos adversos e rastreamento da proporção da comunidade que foi vacinada.
A transparência inicial inspirará confiança e fornecerá informações críticas sobre como e por que as iniciativas de vacinação são alocadas em cada comunidade.
O ArcGIS Hub foi criado, especificamente, como uma plataforma de interação com a comunidade, oferecendo acesso a dados, mapas e aplicativos relacionados a uma iniciativa designada. Por exemplo, o hub de dados de Lake County, Illinois, fornece uma excelente descrição das informações sobre a COVID-19 que são cruciais para essa região.
Outro recurso que as jurisdições devem considerar seriamente em adicionar ao seu site do ArcGIS Hub é um serviço de localização de vacinação, que permite que as pessoas encontrem informações importantes sobre os locais próximos.
Além da comunicação com o público em geral, os líderes do governo também precisarão considerar o alcance direcionado a populações especiais, aquelas com hesitação em relação à vacinação ou preferências não tradicionais, para o recebimento de informações.
Os dados do Tapestry Segmentation da Esri, que vão além da demografia para oferecer uma percepção única dos bairros, podem ajudar as autoridades a saber mais sobre as necessidades e preferências de comunicação da sua população.
Ao adicionar dados do Tapestry a mapas, gráficos e relatórios, os profissionais podem aprender como enviar mensagens relevantes e eficazes às comunidades.
Olhar para o futuro, planejar agora
Os governos e organizações de resposta à pandemia em todo o mundo devem considerar os fatores mencionados acima ao desenvolver planos para a distribuição da vacina.
A comunicação deve ser tratada com clareza e grande transparência, de forma a conduzir uma campanha de vacinação eficaz e fortalecer a confiança do povo no processo de distribuição da vacina.
Em um memorando recente, a National Governors Association incentivou os líderes estaduais a agirem. “O desafio do desenvolvimento da vacina é equiparado ao desafio da distribuição da vacina… Embora uma vacina ainda não esteja disponível na quantidade a atender a todos, as lições aprendidas com a aquisição e distribuição dos diagnósticos e terapêuticas da COVID-19 sugerem que os governadores podem querer começar a enfrentar os desafios da distribuição em massa antes de sua chegada”.
Esse sentimento é compartilhado e sentido em todo o mundo, tanto no governo quanto na área da saúde. Contando com uma plataforma de tecnologia GIS, os líderes poderão preparar, implementar e gerenciar a distribuição da vacina para a COVID-19, evitando muitos dos problemas relacionados à capacidade e à comunicação encontrados no início da pandemia.
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