Vacina contra a Covid-19: o GIS como peça-chave

Estratégias para bens de consumo no planejamento estratégico

Jeferson Cruz

Especialista em Marketing - Imagem Esri

1. COMO O GIS PODE AJUDAR NO DESAFIO DE DISTRIBUIÇÃO DA VACINA: UMA NECESSIDADE GLOBAL URGENTE E UM DESAFIO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

Com a vacina anunciada por alguns laboratórios após promissores testes contra COVID-19, os governos do mundo todo estão com os olhares voltados para o início do plano de vacinação em grande escala, o quanto antes.

Claramente temos um enorme desafio que é o planejamento logístico para a distribuição da vacina, pois este esforço inclui diversos requisitos quando se trata do armazenamento, o público prioritário para o fornecimento e, claro, respeito de princípios éticos de equidade.

A inteligência geográfica

A inteligência geográfica já vem exercendo um papel super importante desde o início da pandemia, por meio de diversos dashboards desenvolvidos em tempo real para controlar a proliferação do vírus e mapear comunidades mais vulneráveis.

Agora, não menos importante, a inteligência geográfica ganha um novo e crucial papel sobre o planejamento para distribuição da vacina.

Com isso, os governos precisam realizar um plano estratégico de vacinação entendendo alguns pontos importantes como por exemplo: locais com maior incidência de contaminação, avaliar as capacidades destes locais de manter a vacina resfriada para que não haja perdas, determinar uma estratégia de comunicação e contingência, plano de segurança nas proximidades dos locais indicados a receberem vacinas, contar com parceiros na distribuição como empresas de transportes.

Um detalhe interessante sobre todos esses pontos é que todos esses esforços, a localização é fundamental para ajudar a planejar, implementar e gerenciar a distribuição de vacinas de forma eficiente e segura, além de fornecer informações fundamentais, com transparência, em tempo real.

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GESTÃO DOS RISCOS DE PERDAS

Um dos maiores desafios de todo um plano logístico sempre foi gestão e prevenção de perdas em todo o processo da cadeia, desde a hora que o produto sai do chão de fábrica até a entrega no destinatário final e utilizar de tecnologia de localização, como os sistemas de informações geográficas (SIG), se torna fundamental, pois permite criar recursos valiosos para a gestão de perdas.

No caso da distribuição da vacina, que é extremamente sensível a mudanças de temperatura, é necessário manter uma faixa ideal de temperatura para que a vacina se mantenha eficaz.

Aproximadamente 25% das vacinas distribuídas estão comprometidas devido ao mau gerenciamento da temperatura.

Aí vai um dado interessante, de acordo com um relatório de 2019 da Associação Internacional de Transporte Aéreo, é estimado que os danos farmacêuticos relacionados à temperatura custam à indústria de saúde mais de US $ 34 bilhões por ano. Alarmante, não é?!

Por essas e outras razões que diversas empresas assim como a Gol e a Azul se prontificaram em disponibilizar sua frota de aviões para apoiar no transporte dos lotes de vacina que por aqui chegarem, de forma gratuita, ou seja, se comprometeram com a saúde nacional, ponto para elas, pois esse gerenciamento se não for realizado de forma adequada será extremamente caro, tanto em orçamento quanto para a saúde global.

Visto isso, todo o planejamento e gestão da distribuição pode ser realizado com suporte a decisão, utilizando tecnologias como IoT e SIG de forma conjunta, proporcionando uma capacidade de rastrear mudanças de temperaturas com sensores, integrado a um mapa inteligente rastreado, o que possibilita maior agilidade em tempo de resposta a uma emergência.

Planejamento como principal orientador de sucesso

Como é sabido, o mundo todo possui desafios logísticos. Para que a vacina chegue a todos de forma igualitária, sem privilégios a nações carecidas de acesso, o planejamento por parte dos governos é essencial para que que atinja os níveis de vacinação.

Com mapas temáticos inteligentes contendo as áreas prioritárias e entendendo os locais que possuem infraestrutura ou não, os governos conseguem priorizar as ações e esforços para planejamento do atendimento à população emergente da forma adequada e célere.

Por exemplo, cada vacina atual, além da desenvolvida no Brasil, tem diferente requisito de armazenamento.

A faixa de temperatura da vacina Pfizer só pode ser mantida com um freezer ultracold ou gelo seco. A vacina da Moderna deve ser mantida congelada, mas as temperaturas padrão do freezer são suficientes. A AstraZeneca pode ser armazenada em uma geladeira padrão.

Com um mapa inteligente, as partes interessadas podem planejar suas estratégias de distribuição, categorizando por tipo da infraestrutura disponível, para que não aconteça perdas e/ou falta de abastecimento, a citar a falta de gelo seco disponível no mercado para abastecer esses locais.

Tudo que foi mencionado, volta a cerca de que os estrategistas precisarão de inteligência geográfica para identificar a localização mais estratégica dentro do país.

Abaixo deixo dicas do que se observar para realizar o planejamento para a distribuição das vacinas:

  • 1. Elaborar um plano de gestão de perdas e riscos;

  • 2. Identificar instalações capazes de armazenar e distribuir a vacina e suprimentos;

  • 3. Identificar e priorizar populações críticas;

  • 4. Identificar potenciais falhas na cadeia quanto ao acesso a locais precários e formular opções alternativas de distribuição;

  • 5. Implementar um Sistema de Gerenciamento e Inventário de Vacinas;

  • 6. Fornecer transparência e comunicação através de dashboards analíticos em tempo real;

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Olhando adiante no planejamento

Os governos e organizações em todo o mundo devem considerar minimamente os fatores mencionados acima ao desenvolver planos para a distribuição da vacina.

A comunicação deve ser tratada com clareza e grande transparência para conduzir uma campanha de vacinação eficaz e fortalecer a confiança do público no processo de distribuição da vacina.

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Uma solução geográfica para um vírus baseado em localização

Assim como o COVID-19 se espalhou de um lugar para outro, a vacina deve seguir caminhos geográficos para suportar uma recuperação global. Ao contrário do vírus, no entanto, as possíveis rotas da vacina são limitadas pela cadeia de infraestrutura logística.

A inteligência geográfica é a chave para entender para onde as vacinas precisam ir e como fazê-las chegarem lá.

Como cada uma das organizações de saúde possui regras para aprovar as vacinas em cada território, o processo de distribuição começa a tomar proporções maiores, as tecnologias de inteligência geográfica, certamente, se provarão ser uma ferramenta essencial na otimização da cadeia de suprimentos e gestão em respostas às emergências.


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